O presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), foi detido pela Polícia Federal nesta quarta-feira (3) durante a Operação Unha e Carne. A corporação aponta que o parlamentar teria repassado informações sigilosas relacionadas à Operação Zargun, deflagrada em setembro, quando o então deputado estadual TH Joias foi preso.
De acordo com a PF, a “atuação de agentes públicos envolvidos no vazamento de informações sigilosas culminou com a obstrução da investigação realizada no âmbito da Operação Zargun”.
quem é rodrigo bacellar?
Rodrigo Bacellar construiu sua carreira pública amparado por formação jurídica e inserção precoce na vida política. Nascido em 5 de abril de 1980, em Campos dos Goytacazes, ele é advogado tributarista, com especialização em Direito Constitucional e Direito Administrativo pela Faculdade Damásio, além de pós-graduando em Gestão Pública (MBA) pela Universidade Candido Mendes.
Antes de chegar ao Parlamento fluminense, atuou entre 2007 e 2009 como assessor da Secretaria-Geral de Planejamento do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ). Também presidiu, de 2009 a 2011, a Fundação Estadual do Norte Fluminense (Fenorte).
ORIGENS POLÍTICAS
Bacellar cresceu em um ambiente fortemente ligado à política. Seu pai, Marcos Bacellar, exerceu três mandatos como vereador em Campos e chegou a presidir a Câmara Municipal. Foi dessa convivência que surgiu o interesse do atual deputado pela vida pública. Segundo cita o próprio histórico divulgado por sua equipe, ele começou ainda adolescente: “aos 14 anos, fez parte do Grêmio Estudantil do Liceu de Humanidade de Campos e, aos 17, já como aluno do curso de Direito da Universidade Estácio de Sá, foi presidente do Diretório Acadêmico.”
CHEGADA À ALERJ
Em 2018, Bacellar disputou sua primeira eleição como candidato a deputado estadual pelo Solidariedade (SD) e garantiu uma cadeira na Alerj com 26.135 votos. Desde então, passou a ser reconhecido internamente pela interlocução com diferentes blocos e pela capacidade de articulação política, buscando — como afirma sua biografia oficial — “soluções para a retomada do Estado do Rio de Janeiro.”
ASCENSÃO À PRESIDÊNCIA
O trabalho na Casa legislativa o levou à presidência da Alerj, posto ao qual foi reconduzido de forma unânime pelos colegas parlamentares. Ele ainda sustenta que sua gestão se baseia no diálogo “com todas as correntes políticas, pela harmonia com os poderes Executivo e Judiciário, e seriedade administrativa.”
A prisão marca o ponto mais crítico de sua trajetória, interrompendo um ciclo de influência crescente no Legislativo fluminense. Enquanto as investigações avançam, o futuro político de Bacellar permanece incerto — e sua biografia, até então marcada pela rápida ascensão, passa a ser revisitada sob nova perspectiva.