Nesse domingo (19), o senador Rodrigo Paz foi eleito com 54% dos votos como presidente da Bolívia após quase 20 anos de governos de esquerda no país. Durante sua campanha, Paz prometeu oferecer “capitalismo para todos” e acabar com o “Estado de Tranca”, expressão referente a um país burocrático que impossibilita o desenvolvimento econômico.
TRAJETÓRIA DE RODRIGO PAZ
Rodrigo Paz é filho do ex- presidente de centro-direita Jaime Paz Zamora, líder do histórico Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR) que foi vice-presidente (1982-1984) e presidente da Bolívia (1989-1993). Paz já faz parte da política tradicional do país e foi eleito ao cargo de deputado de Tarja aos 32 anos pela primeira vez nas eleições de 2002.
No entanto, já possui mais de 20 anos de atuação na política e já atuou como deputado, prefeito e senador pelo Departamento (Estado) de Tarija.
INFÂNCIA NO EXTERIOR
Rodrigo Paz só conseguiu retornar a Bolívia aos 15 anos e passou por uma infância cheia de mudanças. Isso porque, o boliviano nasceu durante o golpe de Estado do General René Barrientos, que havia liderado um golpe em 1964 para derrubar o governo constitucional do presidente Víctor Paz Estenssoro, encerrando os 12 anos de governo reformista iniciados pela Revolução de 1952.
O pai de Rodrigo Paz, Jaime Paz Zamora, era integrante e líder político do Movimento de Esquerda Revolucionária (MIR), durante um período em que a Bolívia estava imersa em um longo ciclo de instabilidade e turbulência política. Por esse motivo, a família Paz teve que mudar-se constantemente passando por países como Colômbia, Venezuela, Chile e Argentina.
Em 1982, a Bolívia recuperou a democracia, Jaime Paz Zamora assumiu o cargo de vice-presidente de Hernán Siles Zuazo e Rodrigo Paz se mudou finalmente para o país pela primeira vez, aos 15 anos.
“CAPITALISMO PARA TODOS”
Durante sua campanha política, Paz utilizou da estratégia e slogan intitulado como “Capitalismo para Todos”, se apresentando como um candidato moderado e equilibrado em um país imerso em uma política polarizada. Segundo ele, é necessário reanimar a enfraquecida economia boliviana, atingida pela escassez de reservas no Banco Central, alta inflação e desvalorização da moeda.
"O que importa para mim é que as pessoas comam e possam trabalhar, que o Estado não estrague a vida delas", disse Paz à imprensa local, descrevendo o que ele geralmente define como "Estado tranca".