Nuno Pardal, deputado municipal do Chega em Lisboa, foi formalmente acusado pelo Ministério Público (MP) de dois crimes de prostituição de menores agravados. Os episódios teriam ocorrido em 2023, após contato inicial em um aplicativo de relacionamentos. O parlamentar renunciou ao mandato.
O encontro e as acusações
Segundo a investigação, divulgada pelo Expresso, o contato começou no Grindr, plataforma voltada ao público LGBTQIA+. As conversas migraram para o WhatsApp, onde Pardal, de 51 anos, marcou um encontro com o jovem em julho de 2023, próximo a uma estação de trem.
Os dois seguiram para o carro do deputado e depois para um pinhal, onde mantiveram relações sexuais. A acusação destaca que Pardal questionou a idade do adolescente, que confirmou ter 15 anos — abaixo da idade de consentimento (16 anos) e do limite legal para casos com pagamento (18 anos). O MP afirma que o político tinha plena ciência da situação.
Após o ato, Pardal enviou 20 euros via MbWay ao adolescente. Dias depois, teria pedido fotos íntimas e tentado marcar um novo encontro, recusado pela vítima.
A denúncia e a reação do Chega
O caso veio à tona após os pais do jovem acessarem as mensagens no celular do filho e acionarem a Polícia Judiciária. O MP reuniu provas como prints das conversas, depoimentos e imagens.
Em nota ao Expresso, Nuno Pardal não negou o encontro, mas alegou desconhecer que o rapaz era menor:
“Irei serenamente proceder à minha defesa, lamentando profundamente a situação desagradável para todas as partes”, declarou.
O Chega, partido conhecido por posições duras contra crimes sexuais, afastou o parlamentar. André Ventura, líder da legenda, foi enfático:
“A nossa posição é de total intolerância ao crime. Quem é abusador de menores deve ser castrado”, disse, reforçando que o partido defende a castração química em casos do tipo.
Outros escândalos no partido
A crise não é isolada. Recentemente, o deputado José Paulo Sousa (Açores) foi flagrado dirigindo com 2,25 g/l de álcool no sangue — acima do limite legal. Ele publicou um pedido de desculpas nas redes sociais.
Além disso, o ex-deputado Miguel Arruda enfrenta acusações de furto de malas em aeroportos. Imagens de câmeras de segurança mostrariam o político levando bagagens alheias, supostamente para vender os itens online. Arruda deixou o Chega e está como deputado não inscrito.