4 advogados abandonam defesa de Arruda

Apenas Nélio Machado continua no caso. Governador afastado do DF está preso desde 11 de fevereiro

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Quatro advogados deixaram a defesa do governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), acusado de comandar um esquema de distribuição de propina revelado pela Operação Caixa de Pandora, em novembro do ano passado.

A partir desta sexta-feira (26), apenas Nélio Machado e seus assistentes responderão pela defesa de Arruda, que segue preso na Superintendência da Polícia Federal desde 11 de fevereiro. Ele é acusado de tentar subornar uma testemunha do caso que ficou conhecido como Mensalão do DEM. Os advogados que deixaram a defesa de Arruda são José Gerardo Grossi, Eduardo Ferrão, Nabor Bulhões e José Eduardo Alckmin. Todos eles, além do atendimento direto ao governador, destacaram assistentes para acompanhar o caso.

Grossi disse ao G1 que a renúncia coletiva tem motivos de "foro íntimo" e se esquivou de dar detalhes alegando "sigilo profissional". De acordo com ele, Ferrão, Bulhões e Alckmin entraram no caso por sua recomendação, mas todos tinham contratos individuais com Arruda. Os quatro advogados encaminharam cartas de renúncia à defesa, segundo Grossi.

A partir de agora, caberá apenas ao escritório de Machado a defesa de Arruda. O advogado foi o último dos cinco a entrar no caso. Machado notabilizou-se por ter conseguido dois habeas corpus no Supremo Tribunal Federal para o ex-banqueiro Daniel Dantas, preso na Operação Satiagraha da Polícia Federal. A principal aposta da defesa é o julgamento do mérito de um habeas corpus pedido por Machado. O ministro Marco Aurélio Mello negou o pedido de forma liminar e cabe agora ao plenário do STF analisar o caso.

O julgamento foi adiado nesta semana a pedido da defesa de Arruda. Para tentar sensibilizar os ministros, Machado já garantiu que o governador afastado não voltará ao cargo se for libertado da prisão e se comprometeu a entregar o passaporte de Arruda para a Justiça.

O vice-governador, Paulo Octávio, que assumiu o cargo interinamente após o afastamento de Arruda, renunciou na tarde de terça-feira (23). Com a renúncia, o cargo de governador interino do Distrito Federal foi assumido pelo presidente da Câmara Legislativa, Wilson Lima (PR). O escândalo de corrupção em Brasília veio à tona no dia 27 de novembro, quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Caixa de Pandora.

O suposto esquema de distribuição de propina foi denunciado pelo ex-secretário de Relações Institucionais de Arruda, Durval Barbosa. O inquérito que tramita no STJ envolve o governador do DF, seu vice, deputados distritais, empresários e membros do governo.

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