Um ministério para o senador João Vicente Claudino (PTB) poderá resolver os imbróglios que colocaram o PTB fora da base aliada na corrida pelo Palácio de Karnak. A oferta foi admitida pelo presidente regional do PT, Fábio Novo, que chegou ontem de Brasília, onde esteve reunido com o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha. ?Tivemos uma audiência com o ministro e isso foi tratado, é uma possibilidade que traz mais ganhos ao Piauí?, revela.
A pasta que seria ocupada por João Vicente em um eventual governo da ex-ministra da Casa Civil, Dilma Roussef (PT), como presidente, ainda não foi discutida. O petebista, por enquanto, garante que continua mantendo a pré-candidatura a governador pela oposição, apesar de já ter afirmado que também será um palanque para Dilma no Estado.
Padilha - que já veio duas vezes ao Piauí este ano - tem sido o principal articulador de Lula na sucessão piauiense e foi um dos responsáveis por costurar o acordo que permitiu a saída do ex-governador Wellington Dias (PT) para a disputa ao Senado. A prioridade, segundo ele já deixou claro quando visitou o Estado, é criar uma base de apoio forte para a pré-candidata petista no Nordeste, superando as desavenças locais.
A ida de João Vicente para a oposição fugiria desses planos, colocando o terceiro senador piauiense na oposição, junto com os senadores Mão Santa (PSC) e Heráclito Fortes (DEM).
JVC- ?Sou candidato a governador, mas qualquer outra decisão em outro sentido precisa partir de um entendimento partidário. O ministro Padilha sabe do nosso compromisso de apoio a Dilma?, argumentou Claudino. Ele frisa que as conversas devem ser feitas em nível nacional, já que a cisão interna do PTB pode levar a sigla para uma aliança oficial com o PSDB do ex-governador de São Paulo e candidato a Presidência, José Serra, inviabilizando assim qualquer indicação a um ministério petista.
Sobre as explicações pedidas por Martins para justificar a saída do senador do bloco governista, o petebista foi enfático: ?Não pedi explicações para ele quando em 2002, ainda deputado, ele esteve no palanque do Hugo Napoleão ao invés do palanque do Wellington?, alfinetou. (S.B.)