Após mais de quatro horas de reunião entre as cúpulas do PT e do PMDB, ficou fechado entre os partidos um acordo para solucionar a divergência no Maranhão. O PT resolveu apoiar o atual secretário estadual de infraestrutura, Luis Fernando Silva, indicado pela atual governadora, Roseana Sarney. Restam ainda pelo menos seis pontos de atrito estaduais a serem resolvidos pelos dois partidos.
Quem perde com o pacto de cúpula entre as duas legendas é Flávio Dino (PCdoB), rival do clã Sarney que aspira ao comando do governo estadual. Ele é aliado histórico do PT - no momento, preside a Embratur -, mas vem sendo cortejado pelo PSB do pré-candidato à Presidência Eduardo Campos.
"Vão ter outras (reuniões) com certeza absoluta. Teremos de sentar outras vezes. Nesse caso do Maranhão, a questão já foi resolvida", explicou o presidente do PMDB, Valdir Raupp, ao deixar a residência oficial do Torto, onde ocorreu o encontro comandado pela presidente Dilma Rousseff e seu mentor político, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"A aliança nacional (entre PT e PMDB) está mais do que selada. O trabalho que a gente está tendo é para compor, e isso vai ser feito em novos encontros, as posições para poder fechar a maioria dos Estados", acrescentou Raupp.
Após o acordo no Maranhão, há divergências entre as duas legendas em palanques em seis Estados ainda passíveis de serem solucionadas, como o Rio de Janeiro. Nesse cenário, a tensão entre os dois partidos chegou a ponto de o pré-candidato petista Lindbergh Farias decidir desembarcar do governo peemedebista de Sérgio Cabral. Na ocasião, Lula interveio e pediu para Lindbergh não fazer nenhum anúncio ainda.
"No Rio de Janeiro, acho que tem de dar um tempo. Porque está muito claro que a divisão do PMDB e do PT poderá prejudicar as duas candidaturas. Acontecendo já nas pesquisas de intenção de votos que têm sido feitas", disse o presidente do PMDB. "Acho que tem de dar tempo ao tempo. E o tempo é o senhor da razão que vai se encarregar do Rio de Janeiro e de outros Estados também."
O caso do Rio é considerado o imbróglio mais complicado de ser resolvido. Com 15% dos votos, o diretório fluminense é o que tem mais peso na convenção nacional, quando o partido define formalmente seu apoio no pleito de 2014.