Após reunião no Senado, nesta quinta-feira, lideranças petistas defenderam que a presidência da Casa no próximo ano seja ocupada pelo PMDB e que o comando na Câmara dos Deputados seja do PT. O partido da presidente eleita, Dilma Rousseff, também já articula a formação de um bloco no Senado.
"Não faremos um bloco maior do que a bancada do PMDB. Conversamos com o PR, com o PSB, com o PCdoB e estamos esperando para falar com o PRB. Também abriremos diálogo com o PDT, sempre respeitando nossos aliados", disse o líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP).
Esta semana, o PMDB anunciou a criação de um superbloco na Câmara dos Deputados. Mercadante negou, no entanto, que a movimentação no Senado seja uma reação ao ocorrido na Câmara. "Nunca subordinamos a dinâmica do Senado às atitudes da Câmara", afirmou.
Comando
Em relação ao comando das duas Casas legislativas, a proposta petista é que as primeiras secretarias também sejam ocupadas pelos dois partidos, de forma invertida: pelo PT no Senado e pelo PMDB na Câmara. "Se os partidos da base quiserem alterar esse princípio, vamos dialogar, vamos querer saber o motivo e definir nossa posição", acrescentou Mercadante.
Para o PT, assegurar a presidência do PMDB no Senado e do PT na Câmara significa seguir a proporcionalidade determinada pelas urnas. "O povo definiu qual a maior bancada, a segunda maior, a terceira. Se respeitarmos isso, não vamos ferir nenhuma minoria", disse.
Questionado sobre o rodízio entre os dois partidos na presidência do Senado, como teria sido acertado para a Câmara, o presidente do PT, José Eduardo Dutra, desconversou. "Essa é uma proposta do (presidente da Câmara e vice-presidente eleito) Michel Temer que ainda está sob análise. Outros partidos da base aliada tem de ser consultados", afirmou.