BRASÍLIA, 7 Dez (Reuters) - O Diretório Nacional do PT, reunido em Brasília nesta sexta-feira, elaborou nota
criticando o PSDB --principal partido de oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff-- por ser "contra a conta de luz mais barata" e colocar "seus interesses econômicos e eleitorais acima do bem da população".
A crítica tem como base a recusa de três empresas estatais estaduais de energia -- Cesp, Cemig e Copel -- em aceitar a renovação das concessões. Com isso, a redução média das tarifas ficou em 16,7 por cento.
As três são de Estados comandados por governadores do PSDB, o que, a nota do PT ironiza como uma "coincidência".
A não adesão das empresas frustrou o plano anunciado pela presidente em setembro de reduzir as tarifas de energia a partir do próximo ano em 20 por cento.
"Estes governadores do PSDB e seus aliados --derrotados nas últimas eleições e de olho numa revanche em 2014-- são contra a conta de luz mais barata. Colocam seus interesses econômicos e eleitorais acima do bem da população e do empresariado que está com a presidenta nesta batalha, que dá continuidade à difícil redução dos juros e da carga tributária", diz a nota, à qual a Reuters teve acesso, vai ser divulgada nesta sexta.
O governo federal também reagiu à recusa das empresas em aderir à prorrogação na geração de energia culpando os governadores que dirigem os três Estados. Dilma se manifestou sobre o caso mais de uma vez e disse que o Tesouro irá bancar a queda adicional de energia, para cumprir a meta.
A nota do Diretório Nacional conclama a militância a mobilizar-se em defesa da aprovação da Medida Provisória 579, sobre concessões e mudanças nas tarifas de energia, e que os dirigentes e parlamentares petistas "se manifestem em todas as tribunas e espaços públicos".
O texto também relembra as privatizações do setor ocorridas no governo tucano de Fernando Henrique Cardoso, afirmando estar solidário aos trabalhadores da área, que "lutam para garantir trabalho decente e energia de qualidade, sem demissões, terceirizações e precarização, como ocorreu após as privatizações do setor sob FHC".
A reunião do Diretório Nacional, que começou nesta sexta, segue até amanhã. Na pauta está uma avaliação de conjuntura nacional e internacional e o regulamento para as eleições internas de novembro do próximo ano.
O presidente do PSDB, Sérgio Guerra, afirmou que iria se manifestar apenas depois da divulgação oficial da nota.