Membros do PSDB têm minimizado a decisão do Cidadania de deixar a federação com o partido e estão focados em negociações com ao menos quatro outras siglas para se reafirmar no cenário político brasileiro. No último domingo (16), o Diretório Nacional do Cidadania decidiu não renovar a federação com o PSDB, válida desde as eleições de 2022. A separação deve ser oficializada no próximo ano.
Tucanos afirmam que a saída do Cidadania já era esperada e que, na prática, não impactará significativamente a atuação do PSDB no Congresso Nacional. Isso porque o Cidadania tem apenas quatro deputados federais e nenhum senador, enquanto o PSDB conta com 11 deputados e três senadores. Há expectativas de que os deputados do Cidadania possam migrar para o PSDB.
Nos bastidores, a cúpula do PSDB mantém conversas com Republicanos, MDB, Podemos e Solidariedade em busca de alianças. O objetivo é garantir acesso ao fundo partidário e evitar o endurecimento da cláusula de barreira, diante dos resultados eleitorais recentes que enfraqueceram o partido, outrora o maior representante do centro no Brasil.
As negociações estão mais avançadas com Podemos e Solidariedade, enquanto as tratativas com o MDB dependem do andamento desses diálogos. Já as conversas com o Republicanos estão em fase inicial, mas há sinalizações positivas. O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é visto como um dos principais nomes da direita para as próximas eleições majoritárias, com potencial para concorrer à Presidência da República.
Um deputado tucano avaliou que uma fusão com o Republicanos poderia alavancar o projeto de se tornarem os maiores representantes da centro-direita no país. No entanto, o principal desafio são as rivalidades políticas locais, já que em algumas cidades os tucanos são adversários de integrantes dessas outras siglas, o que dificulta alianças futuras.
Por outro lado, o PSDB descarta uma aproximação com o PSD, por receio de que a força interna de Gilberto Kassab asfixie o partido em eventuais decisões. As negociações seguem em curso, e o modelo de aliança — seja fusão, incorporação ou federação — ainda não foi definido. O PSDB busca se reposicionar no cenário político, buscando parcerias que garantam sua sobrevivência e relevância nos próximos anos.