CATIA SEABRA E CAROLINA LINHARES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
O PSB indicou formalmente o ex-governador Geraldo Alckmin (PSB) para compor a chapa de Lula (PT) como candidato a vice-presidente. A indicação foi feita em reunião com os presidentes do PT e do PSB, nesta sexta (8), em São Paulo, da qual também participaram Lula e Alckmin.
Em discurso ao lado de Alckmin, Lula enalteceu a experiência de ambos. "Nós vamos precisar da minha experiência e da experiência do Alckmin para reconstruir o país, conversando com toda a sociedade brasileira."
Da parte do PT, além de Lula e da presidente da sigla, Gleisi Hoffmann, participam os deputados federais José Guimarães (CE), Paulo Teixeira (SP) e Reginaldo Lopes (MG); o senador Paulo Rocha (PA); o deputado estadual Emidio de Souza; o secretário de comunicação do PT, Jilmar Tatto; e o presidente da fundação Perseu Abramo, Aloizio Mercadante.
A comitiva do PSB inclui Alckmin; o presidente da sigla, Carlos Siqueira; o ex-governador Márcio França; os deputados federais Danilo Cabral (PE) e Alessandro Molon (RJ); o prefeito João Campos; o deputado estadual Caio França; e o ex-prefeito Jonas Donizette.
A indicação também foi formalizada em carta do PSB ao PT. "Essa proposição não se limita apenas ao aspecto eleitoral e envolve uma dimensão programática", diz o texto.
Segundo a carta, "a composição de uma frente ampla exige a formulação de um programa que corresponda às perspectivas das forças que a compõem, tanto em termos políticos partidários quanto o que se refere aos segmentos da sociedade civil que tal frente pretende representar".
Na prática, o PSB reivindica participação na campanha e no programa de governo do PT. O documento afirma ainda que o PSB apresentará um programa e petende que ele seja incorporado na plataforma de Lula.
Segundo o PSB, "a democracia não pode ser uma fórmula vazia" e é preciso assegurar cultura, saúde, educação e prosperidade aos brasileiros. "Apenas uma [chapa], contudo, pode entregar à população o muito que, com toda legitimidade, ela exige. Temos convicção de que esta chapa é a que se consolidará com as candidaturas dos companheiros Lula e Geraldo Alckmin."
A carta, assinada pelo presidente do PSB, afirma que "o que estará em questão na eleição de 2022 é o confronto decisivo entre democracia e autoritarismo".
Desde que a aproximação entre Lula e Alckmin foi revelada na coluna Mônica Bergamo, da Folha, em novembro passado, o ex-governador percorreu o caminho esperado para selar a aliança -deixou em dezembro o PSDB, partido que ajudou a fundar, e se filiou ao PSB, principal legenda a embarcar na campanha do petista até agora.
Em paralelo, PSB e PT negociavam uma federação, que não saiu do papel –a aliança foi formada apenas entre PT, PV e PC do B.
Embora a federação não tenha vingado, já havia a garantia de que o PSB apoiaria Lula e de que o acordo para que Alckmin ocupasse a vice estaria preservado apesar das divergências entre as siglas nos estados, sobretudo em São Paulo.
Enquanto o PT aposta em Fernando Haddad para retomar o estado dos tucanos, o PSB quer lançar França.
Integrantes do PT e do PSB esperam que Alckmin tenha protagonismo na campanha para o Palácio do Planalto e também em um eventual governo, embora seus papéis ainda não estejam totalmente definidos.
Alckmin comandou o governo paulista entre os anos de 2001 a 2006 e entre os anos 2011 a 2018, por quatro mandatos. Ele assumiu o cargo pela primeira vez devido à morte de Mário Covas, de quem era vice-governador, e no ano seguinte se reelegeu para comandar o estado paulista.