Protesto por todo o país acontece e Câmara se preocupa com repercussão negativa

A central calculou que a mobilização reuniu centenas de pessoas, enquanto a Polícia Militar não fez estimativa de público.

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O Brasil parou por uma manifestação genuína por direitos e democracia. Na última quarta-feira, centrais sindicais e movimentos sociais fizeram protestos simultâneos em 18 estados. As ações fizeram parte do Dia Nacional de Paralisação contra o PL 4.330, projeto de lei que regulamenta a terceirização no Brasil e foi aprovado na Câmara uma semana antes.

Os atos ocorreram em Alagoas, Amapá, Goiás, Piauí, Paraíba, Paraná, Espírito Santo, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Sergipe, Tocantins, Pará, São Paulo e no Distrito Federal. Em pelo menos quatro capitais houve paralisações no transporte público, segundo a Central Única dos Trabalhadores.

Em Teresina, uma caminhada pelo centro da cidade marcou o protesto da CUT. A central calculou que a mobilização reuniu centenas de pessoas, enquanto a Polícia Militar não fez estimativa de público.

Setores como os da educação, saúde e construção civil aderiram à paralisação. Diversas categorias aderiram ao protesto contra o projeto que não regulamenta a terceirização, mas abre espaço para precarizar o trabalho.

O protesto repercutiu dentro e fora das ruas. Na internet, comentários a favor dos protestos inundaram as redes sociais e podem causar uma reviravolta no futuro da Lei da Terceirização (PL 4330/04).

Com receio da reação negativa à tentativa de colocar em risco os direitos dos trabalhadores, Eduardo Cunha, o presidente da Câmara Federal em Brasília, suspendeu a sessão do dia em que estavam sendo votados pontos específicos do projeto. Mas o clima em Brasília não garante que será concluída nem se pode antecipar qual seria o texto final resultante de eventual votação.

Cunha decidiu adiar a sessão após apelos de líderes partidários. Da tribuna, alguns deles admitiram preocupação com a repercussão negativa da Lei, cujo texto-base foi aprovado dia 8 de abril. “O que recebemos nas redes sociais ficará na memória”, disse o parlamentar cearense Domingos Neto.

Dos 28 partidos representados na Câmara, só três ficaram oficialmente contra o projeto na semana passada. O PT foi um deles, ao lado de PCdoB e PSOL. Um dos únicos seis. Segundo o deputado paranaense João Arruda detectou um crescente sentimento contra o projeto.

Suspensa a sessão, Arruda apontou em entrevista um panfleto revelador do clima entre os deputados. Intitula-se “Ladrões de Direitos” e exibe a foto de seis “Procurados” pelo “crime” de “roubo de direitos”. “Essa lei rasga a carteira assinada. É muito ruim para o trabalhador”, afirmou Arruda.

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