Pela primeira vez, o Brasil enviará oficiais-generais para atuar como adidos militares na embaixada em Pequim. Até então, apenas os Estados Unidos recebiam representantes de alto escalão das Forças Armadas brasileiras para tratar de relações militares.
Os oficiais-generais, cargos mais elevados da carreira, representam o Ministério da Defesa e as Forças Armadas junto a autoridades estrangeiras, promovendo cooperação, troca de informações e fortalecimento de laços bilaterais.
Embora o governo não atribua a medida à recente crise com os EUA, a decisão coincide com a aplicação de sobretaxa de 50% a produtos brasileiros.
Decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fixou a lotação dos seguintes adidos na China:
- um oficial-general do Exército como Adido de Defesa e do Exército;
- um contra-almirante da Marinha como Adido Naval;
- um coronel da Aeronáutica como Adido Aeronáutico;
Todos os designados também serão responsáveis pelas relações militares junto à Tailândi, ampliando o alcance diplomático militar brasileiro no sudeste asiático. Até este ano, a prioridade aos Estados Unidos refletia a histórica relação e a dependência estratégica, doutrinária e tecnológica do Brasil em relação ao aparato militar norte-americano.
Para especialistas, o envio de oficiais-generais à China sinaliza uma mudança de postura do país, motivada pela instabilidade demonstrada pelo governo norte-americano durante as ações unilaterais do presidente Donald Trump.
Apesar do aceno diplomático à China, o Brasil manteve três generais nas adidâncias dos EUA. O decreto do presidente Lula também estabelece os adidos que vão atuar em solo norte-americano:
- um oficial-general da Aeronáutica como Adido de Defesa e Aeronáutico;
- um oficial-general da Marinha como Adido Naval; e
- um oficial-general do Exército como Adido do Exército.