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Prisão domiciliar de Bolsonaro coloca mais pressão na negociação do tarifaço

Decisão é novo ingrediente na tentativa de separar negociação comercial do jogo político

Ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) | Foto: Antonio Augusto/STF
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Além dos fundamentos jurídicos que sustentam a decisão de conceder prisão domiciliar a Jair Bolsonaro, a medida anunciada nesta segunda-feira (5) pelo ministro Alexandre de Moraes acrescenta um novo elemento à já delicada relação entre Brasil e Estados Unidos.

Tanto no campo governista quanto entre aliados de Bolsonaro, há a percepção de que as tratativas para reduzir as tarifas de 50% aplicadas a diversos setores se tornaram ainda mais desafiadoras.

Nos últimos dias, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o vice-presidente Geraldo Alckmin vinham se empenhando em separar as negociações comerciais com o governo Trump das disputas políticas envolvendo o ex-presidente.

NEGOCIAÇÃO

Nos bastidores, a estratégia era deixar as negociações com a Casa Branca a cargo de Haddad e Alckmin, enquanto as questões políticas ficariam sob responsabilidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Com a reação do grupo de Donald Trump à decisão de Alexandre de Moraes — em tom que vai além do campo comercial —, torna-se mais difícil manter esse plano original. “Deixem Bolsonaro falar!”, escreveu nas redes sociais o Escritório do Departamento de Estado americano para Assuntos do Hemisfério Ocidental. 

Haddad tenta evitar que a prisão de Bolsonaro prejudique o diálogo com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent. Para aliados, os americanos usam o tema como pressão adicional nas negociações. 

Após semanas de articulação, Haddad espera uma conversa direta nos próximos dias e, em entrevista à BandNewsTV, disse que explicará o funcionamento do Judiciário brasileiro. O foco principal, no entanto, segue sendo um acordo que reduza tarifas e minimize os impactos à economia.

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