A Primeira Turma do STF começa a julgar, a partir desta terça-feira (11), a denúncia da PGR contra dez acusados de participar da tentativa de golpe de Estado em 2022. O grupo compõe o núcleo 3 da trama golpista e, segundo as investigações, teria planejado o assassinato de autoridades, incluindo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o vice Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Os acusados também teriam pressionado comandantes militares e monitorado alvos para tentar impedir a posse de Lula, então presidente eleito. Além do dia 11, o STF reservou sessões nos dias 12, 18 e 19 de novembro para analisar o caso. A denúncia foi apresentada pela PGR em fevereiro deste ano e virou ação penal em maio.
Quem são os réus
São dez acusados, todos apontados pela PGR como integrantes do núcleo operacional — entre eles militares da ativa e da reserva:
- general Estevam Cals Theophilo Gaspar de Oliveira
- tenente-coronel Hélio Ferreira Lima
- tenente-coronel Rafael Martins de Oliveira
- tenente-coronel Rodrigo Bezerra de Azevedo
- Wladimir Matos Soares, agente da Polícia Federal
- coronel Bernardo Romão Corrêa Netto
- coronel Fabrício Moreira de Bastos
- coronel Marcio Nunes de Resende Júnior
- tenente-coronel Sérgio Cavaliere de Medeiros
- tenente-coronel Ronald Ferreira de Araújo Júnior
Segundo a acusação, vários dos envolvidos fazem parte dos chamados “kids pretos”, expressão utilizada para identificar grupos de “forças especiais” treinados para operações de alta complexidade.
O QUE DIZ A PGR
A PGR afirma que os réus executaram ações coercitivas para viabilizar o golpe, incluindo:
Monitoramento de autoridades
Elaboração de planos para assassinatos
Pressão sobre comandantes das Forças Armadas
Tentativa de mobilizar militares da ativa para aderirem ao movimento
Segundo a investigação, o grupo elaborou o plano chamado “Punhal Verde e Amarelo”, que previa ataques contra:
O então presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva
O então vice-presidente eleito Geraldo Alckmin
O ministro do STF Alexandre de Moraes
A denúncia também aponta que os militares usavam estruturas de comandos especiais para monitorar autoridades, obter rotinas de deslocamento e pressionar oficiais a aderirem ao golpe.