A primeira-ministra de Bangladesh, Sheikh Hasina, renunciou nesta segunda-feira (5), conforme anunciado pelo comando das Forças Armadas, em meio a uma onda de protestos contra o governo que já deixou 300 mortos. Após 15 anos no poder, Hasina deixou o país, segundo os militares, que também anunciaram a formação de um governo interino liderado pelas Forças Armadas.
Bangladesh, um dos países mais populosos do mundo localizado no sudeste asiático, tem sido palco de intensos protestos estudantis nas últimas semanas. Os manifestantes se opõem ao sistema de cotas do governo, que reserva um terço dos empregos públicos para parentes de veteranos da guerra contra o Paquistão em 1971, quando Bangladesh conquistou a independência. Os protestos violentos já resultaram em 300 mortes.
invasão à residência da premiê
Nesta segunda-feira, milhares de manifestantes invadiram a residência oficial da premiê em Daca, capital do país. Pela manhã, a internet foi bloqueada em todo o território nacional após um fim de semana marcado por manifestações massivas e violentas. O chefe das Forças Armadas, Waker-uz-Zaman, declarou que o governo interino permanecerá até que uma solução duradoura seja encontrada.
protestos estudantis
A política de cotas, abolida em 2018, foi restabelecida em junho deste ano. Em janeiro, protestos já haviam eclodido contra Sheikh Hasina após sua reeleição em um pleito contestado pela oposição, que alegou fraude e se retirou da disputa. Inicialmente pacíficos, os protestos estudantis se tornaram violentos após confrontos com a polícia e grupos pró-governo. Analistas também apontam as difíceis condições econômicas, incluindo inflação alta, aumento do desemprego e esgotamento das reservas estrangeiras, como fatores que alimentaram a insatisfação popular.
fuga à índia
De acordo com o canal local CNN News 18, Hasina fugiu para a cidade de Agartala, no nordeste da Índia. O canal informa que ela já chegou ao local e que o governo indiano deve oferecer proteção à agora ex-primeira-ministra.
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