Após bronca dada pelo Planalto, o ministro do Trabalho, Carlos Lupi (PDT), pediu desculpas públicas pelas declarações dadas no começo da semana de que só deixaria o governo "abatido a bala" e disse amar a presidente Dilma Rousseff.
Lupi afirmou que foi ontem à presidente pedir desculpas e se declarou: "Presidente Dilma, desculpe se fui agressivo, não foi minha intenção: eu te amo".
"Eu reajo agindo, eu gosto de fazer o embate. Às vezes exagero. Peço desculpas públicas porque tenho humildade para isso", disse ao falar na Comissão de Fiscalização e Controle da Câmara.
Os próprios pedetistas consideraram a fala exagerada e divulgaram uma nota para minimizar as declarações. "Não foram de ameaça à presidente Dilma Rousseff ou a quem quer que seja, mas sim um desafio aos acusadores anônimos."
Ontem, os líderes Acir Gurgacz (Senado) e Giovanni Queiroz (Câmara) enquadraram novamente o deputado Reguffe (PDT) por pedir o afastamento de Lupi até que as investigações fossem concluídas.
Apesar disso, Lupi enfrentou ataques de integrantes antigos da legenda. Ex-deputado estadual pelo PDT e um dos fundadores da legenda, Fernando Bandeira se reuniu com outros colegas para pedir investigação no Trabalho.
"Esse apoio é provisório [da bancada]. Esperamos que Lupi saia do Trabalho e da direção do partido", disse. Eles encaminharam à PGR (Procuradoria-Geral da República) e à CGU (Controladoria-Geral da União) pedidos de investigação.
IMPRENSA
Lupi também aproveitou a presença na comissão para criticar a imprensa.
"A bolsa de apostas da mídia é para saber quem é o próximo[ ministro a cair]. Quando começa a atirar no soldado é para atingir o general."
O ministro comparou a crise que vive a um "tribunal de inquisição".
"Que que é isso, Jesus? Busquem as provas pelo amor de Deus. Eu não compactuo com corrupção. Quero os dois na cadeia: se alguém fez algo no ministério do Trabalho foi individual."
Reportagem da revista "Veja" desta semana afirma que três servidores e ex-servidores do Ministério do Trabalho estavam envolvidos num esquema de cobrança de propinas que revertia recursos para o caixa do PDT, partido de Lupi, que está afastado temporariamente da presidência da sigla por ser ministro.
Um dos assessores citados na reportagem, Anderson dos Santos, foi afastado do cargo no último sábado.