A polícia identificou o homem que arremessou uma garrafa de plástico com explosivo e fezes contra o ato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Cinelândia, no Centro do Rio, na noite desta quinta-feira (7). As informações são do g1/RJ.
O petista usou colete à prova de balas no evento. Durante o discurso, era possível observar o colete por baixo da blusa branca usada por Lula.
André Stefano Dimitriu Alves de Brito, de 55 anos, foi preso em flagrante e autuado pelo crime de explosão, segundo o delegado Gustavo de Castro.
No mometo do ato, ele utilizou adesivos do PT para se infiltrar na multidão. Levado para a 5ª DP (Mem de Sá) por policiais militares do 5º BPM (Praça da Harmonia), André vestia uma camisa preta de mangas compridas, onde estavam colados os decalques de campanha com as inscrições: “Lula, Freixo, André & Eu”.
De acordo com o registro de ocorrência, André foi identificado após acionar os PMs, que estavam na esquina da Rua Araújo Porto Alegre com a Avenida Rio Branco, por volta das 19h, dizendo ser perseguido por populares. Um dos cabos então perguntou sobre seus documentos e o homem disse não possuir pois teria perdido durante o ato político.
Quando André havida sido colocado dentro da viatura, sendo conduzido a delegacia, pessoas cercaram o carro afirmando que ele havia jogado uma garrafa que explodiu e querendo linchá-lo. Ao delegado Gustavo de Castro, titular da 5ª DP, os militares disseram que chegaram a temer pela “saúde física” dele.
Na distrital, André confessou o crime, mas não quis prestar depoimento. Informalmente, ele disse não ter “inclinação política ou ideológica” e que teria realizado o ato como uma forma de protesto a uma alegada polarização que prejudicaria o futuro do Brasil.
O crime, previsto no Artigo 251 do Código Penal, consiste em "expor a perigo a vida, a integridade física ou o patrimônio de outrem, mediante explosão, arremesso ou simples colocação de engenho de dinamite ou de substância de efeitos análogos". Em caso de condenação, a pena prevista é de três a seis anos de prisão, além de multa.
Foram policiais militares do 5⁰ BPM (Praça da Harmonia) que conseguiram prender André Stefano. Segundo informações da ocorrência, o homem não tem anotações criminais ou mandado de prisão em aberto.
O caso
Uma espécie de bomba caseira com um líquido que cheirava a fezes foi arremessado no local do evento com pré-candidato do PT para a Presidência da República, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, no Centro do Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (7).
A garrafa PET de 2 litros com um explosivo dentro foi arremessada por cima do tapume que cercava o perímetro. Dentro da garrafa havia um líquido marrom, que segundo militantes eram fezes. O objeto explodiu ao tocar o chão. Ninguém ficou ferido, mas houve um princípio de tumulto.
A assessoria de imprensa do ex-presidente disse que "estouraram 2 artifícios de fogos, causando barulho, jogados de fora para dentro da área do ato. Não tinham fezes, fizeram barulho, mas ninguém se feriu nem houve tumulto". O ex-presidente Lula não estava ainda no local do ato na hora do ocorrido.
O esquema de segurança na Cinelândia contava com um cercado de tapumes de metal com aproximadamente 2,5 m de altura. Para entrar no perímetro onde foi montado um palco na praça, os apoiadores precisam passar por uma revista de equipe de segurança com detector de metais.
Este é o segundo ataque em atos do ex-presidente Lula durante a pré-campanha. Em Minas Gerais, um drone soltou fezes e urina em participantes de um ato em Uberlândia. O dono do equipamento foi preso.
Do lado de fora, manifestantes em apoio a Lula se deslocaram da Candelária para a Cinelândia e algumas vias, como as ruas Araújo Porto Alegre e Evaristo da Veiga, foram momentaneamente interditadas. Alguns tocavam instrumentos e levavam faixas e estandartes de carnaval.