O presidente nacional do Partido Popular Socialista (PPS), Roberto Freire, defendeu nesta sexta-feira (6) o apoio da legenda a Eduardo Campos (PSB) nas eleições presidenciais de 2014. O PPS realiza neste fim de semana, em São Paulo, seu 18º Congresso Nacional, que deve reeleger Freire para o comando do partido nos próximos anos. A abertura do congresso teve a presença do governador paulista e candidato à reeleição Geraldo Alckmin (PSDB), que obteve apoio do PPS a seu nome no ano que vem.
Freire disse que, como militante, defende o apoio do partido a Eduardo Campos. "Minha posição é de que nós deveríamos ter um indicativo de apoio ao Eduardo Campos, sabendo que quem vai decidir isso é a convenção eleitoral no próximo ano", afirmou. "Como presidente e como militante do partido vou seguir aquilo que o partido decidir", complementou.
O presidente do PPS deixou claro que vê Campos na cabeça da chapa. "Se Marina (Silva) for vice, ótimo. Se for outro vice de outra composição necessária de se fazer, tudo bem."
Parte do partido defende aliança com o PSDB, de Aécio Neves. O PPS esteve ao lado dos tucanos em eleições presidenciais desde 2006.
Para Freire, sua legenda não pode encerrar o congresso sem ao menos indicar o caminho a ser trilhado pelo partido. ?Sem diminuição de A, B, C ou de quem quer que seja. Precisamos saber onde vamos estar e como fortalecer as alternativas.?
Lula
Crítico do PT, o político disse que o rompimento com Lula, em 2004, ocorreu por discordar da política econômica e do aparelhamento do Estado. Para ele, o PPS acertou ao romper com o petista. "Foi a coisa mais certa. Porque o partido pôde criticar o enxovalhamento que o PT fez da esquerda brasileira com a corrupção sem estar envolvido. Saímos em bom momento e entregamos todos os cargos. Inclusive, de lambuja, mandamos um ministro também embora porque não quis entregar o cargo, no caso, Ciro Gomes."
Para Freire, o principal desafio da oposição no Brasil é apresentar um programa de governo que corrija o que considera erros da gestão petista, principalmente na economia, que ele classifica como desastrosa. "Era o partido mais antiprivatista. Demorou tanto tempo para admitir que tem de privatizar. E ainda faz mal. Evidente que nós temos de construir uma alternativa, com um projeto de desenvolvimento, com um programa de governo consistente, até para ver se a gente não sofre um retrocesso maior do que já estamos sofrendo", afirmou.
Freire disse que não tem aparentemente nenhuma ideia de descontinuidade de sua gestão, mas é o congresso do partido que vai decidir sobre sua reeleição. A presidência do partido é decidida pelo congresso. Os outros membros da executiva são escolhidos pelo diretório eleito. "A ideia prevalecente é que o partido deve dar continuidade à política que e não tem contestação maior. Imagino que haja a reeleição", afirmou.