A presidente Dilma Rousseff embarcará neste domingo (17) para a cidade mexicana de Los Cabos, onde ocorrerá o encontro das 20 maiores economias do mundo, a cúpula do G20. O Brasil deverá defender que o caminho da recuperação mundial não passa por contenções de despesas, mas sim por distribuição de renda e estímulo ao crescimento.
Segundo informou o Itamaraty, a cúpula ? que ocorrerá em 18 e 19 de junho - fará três sessões de trabalho, cujos temas centrais serão crise econômica e fortalecimento do sistema financeiro, mas também passarão por comércio internacional, crescimento verde, infraestrutura, segurança alimentar e criação de empregos.
O encontro servirá para analisar como coordenar melhor as políticas macroeconômicas entre as 20 nações do bloco e para revisar de que maneira é possível equilibrar as políticas de austeridade com as de crescimento e fomento do emprego no curto prazo. O resultado das discussões deverá ser concretizado no chamado Plano de Ação de Los Cabos.
Além de participar das sessões de trabalho, Dilma terá uma série de encontros bilaterais com chefes de Estado e de governo, como a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente da Rússia, Vladimir Putin ? ambos marcados para a tarde desta segunda-feira (18).
Diante dos líderes políticos, Dilma deverá reafirmar discurso que vem fazendo de que a saída da crise internacional está no desenvolvimento econômico e na distribuição de renda.
No início do mês - durante visita do rei da Espanha, Juan Carlos I, ao Brasil ? Dilma afirmou que o Brasil levará ao G20 a mensagem de que não há incompatibilidade na ?afirmação da importância do crescimento econômico e simultaneamente a tomada de medidas na área dos esforços macroeconômicos de estabilidade?. ?É necessário o crescimento para que o ajuste não seja feito em detrimento dos povos?, declarou a presidente.
Dilma afirmou ainda que a retomada do crescimento global não pode depender apenas dos países emergentes e defendeu que a Europa adote uma ?ação coordenada e solidária?.
?Tal esforço não é compatível com a paralisia, nem tampouco é incompatível com a necessária busca do equilíbrio macroeconômico, mas a retomada do crescimento em nível global não pode depender apenas de medidas dos países emergentes?, afirmou a presidente na época.
G20
O G20, criado em 1999, reúne as economias mais industrializadas do mundo, entre elas países emergentes. Segundo informações do Ministério de Relações Exteriores, os 20 países do bloco representam, aproximadamente, 85% do comércio mundial, 90% do produto interno bruto e 2/3 da população do planeta.
Nesta semana, a Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), anunciou que o Produto Interno Bruto (PIB) do G20 avançou 2,8% em 2011, uma desaceleração em relação ao crescimento de 5% reportado em 2010.
De acordo com o Itamaraty, além das 20 nações do bloco, participarão como convidados da presidência mexicana Benin, Camboja, Etiópia, Chile, Colômbia e Espanha. Os membros permanentes são: África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia, Turquia e União Europeia.
Programação
Dilma deixará Brasília neste domingo às 11h30 rumo ao Aeroporto San José Del Cabo, no México, para cumprir extensa agenda de reuniões.
A primeira agenda oficial da presidente no país será nesta segunda-feira (18), às 9h (horário local de Los Cabos ? menos 3 horas em relação a Brasília), com uma reunião dos Brics, bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Em seguida, encontra-se com o presidente do Conselho de Ministros da Itália, Mario Monti. Às 12h, tem uma reunião bilaterial com a chanceler alemã, Angela Merkel.
A primeira sessão de trabalho do G20 começará às 15h. No final da tarde, Dilma ainda se reúne com Vladimir Putin e, à noite, participa de jantar oferecido pelo presidente do México, Felipe Calderón, aos chefes de Estado e de governo do G20.
A programação da presidente desta terça-feira (19) ainda não foi divulgada pelo Palácio do Planalto. Está confirmada somente a ida de Dilma ao Rio de Janeiro, onde passará o restante da semana em razão da Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20.