O presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, participou de audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), nesta terça-feira, 23. Questionado sobre a política de preços de combustíveis, ele defendeu a empresa e atribuiu os sucessivos aumentos da gasolina, do diesel e do gás de cozinha nos últimos meses a uma série de fatores e descartou qualquer risco de desabastecimento de derivados de petróleo no Brasil
O presidente da Petrobras fez um resumo do contexto internacional que afetou o preço do petróleo nos últimos dois anos e destacou que a estatal não detém o monopólio do petróleo desde 1997 e que o preço do petróleo no mercado internacional — o chamado PPI, "preço de paridade de importação" — não é a única variável que afeta os valores praticados pela empresa.
Em sua gestão, Silva e Luna ressaltou que a Petrobras chegou a ficar 92 dias sem reajustar o valor do gás de cozinha, 85 sem reajustar o diesel e 56 sem alterar o preço da gasolina. A afirmação gerou uma reação veemente do senador Omar Aziz (PSD-AM).
"O salário do trabalhador brasileiro não é alterado a cada 90 dias, como o combustível é hoje quase diariamente. É uma brincadeira achar que se está fazendo um grande favor aos brasileiros", disse o senador.
Interesse dos acionistas
Jean Paul Prates (PT-RN) questionou a decisão da Petrobras de aceitar, sem recorrer, a determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), de 2019, para que a empresa venda oito refinarias. O senador acusou o governo federal de não buscar a redução do preço interno dos combustíveis para atender o interesse dos acionistas no processo de venda dessas refinarias.
O presidente da CAE, senador Otto Alencar (PSD-BA), indagou ao presidente da Petrobras sobre notícias de que as refinarias estariam operando abaixo da capacidade máxima. Silva e Luna afirmou que a média de produção das atuais 13 refinarias está em torno de 90%: (Fonte: Agência Senado)