Prefeitura dá prioridade ao público LGBT em risco para casas do 'Minha Casa, Minha Vida' em SP

Fernando Haddad prioriza grupos de risco no 'Minha Casa, Minha Vida' de São Paulo

Fernando Haddad | Reprodução
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Uma resolução do Conselho Municipal de Habitação (CMH) definiu que gays em situação de violência, travestis moradores em albergues e índios também podem ser beneficiados com unidades do Programa Minha Casa Minha Vida construídas no município de São Paulo.

O governo do prefeito Fernando Haddad (PT) também incluiu no rol de possível beneficiários do programa idosos sozinhos com mais de 60 anos e moradores em áreas limites de municípios vizinhos da capital paulista.

O programa do governo federal, uma das bandeiras da presidente reeleita Dilma Rousseff (PT) durante a campanha, previa que o município parceiro nas obras (neste caso, São Paulo) poderia editar normas complementares para definir quem está em situação de vulnerabilidade na cidade.

Prioritariamente, o Minha Casa Minha Vida continua tendo de atender moradores em áreas de risco, mulheres que cuidam sozinhas da família e casais de baixa renda com filhos, conforme definiu em 2009 o governo federal. Não havia categorias específicas para priorizar o atendimento de gays e travestis sozinhos, por exemplo.

Segundo movimentos de moradia que também são parceiros na construção de unidades do Minha Casa Minha Vida na capital paulista, a pessoa que mora sozinha de aluguel (seja gay, solteiro adulto ou idoso) dificilmente consegue ser beneficiada.

O objetivo das regras incluídas pela Prefeitura paulistana é dar moradia popular para centenas de gays e também mulheres que sofreram ameaças e violência doméstica e que são atendidos em albergues e moradias da Prefeitura. Dezenas de travestis que moram nos abrigos municipais vão ter direito a tentar entrar no programa, desde que comprovem a situação de "oriunda de situação de rua". São mais de 8.000 pessoas atendidas todos os dias nos 62 albergues, abrigos e casas de acolhimento.

Ao todo, a gestão Haddad está construindo na capital paulista 22 mil unidades do Minha Casa Minha Vida - a meta do governo é construir 55 mil até o final de 2016, para famílias que ganham menos de R$ 1.600 mensais.

Segundo movimentos de moradia que também são parceiros na construção de unidades do Minha Casa Minha Vida na capital paulista, a pessoa que mora sozinha de aluguel (seja gay, solteiro adulto ou idoso) dificilmente consegue ser beneficiada.

Iniciativa é inédita, diz ativista gay

Fernando Quaresma, de 46 anos, presidente da Associação da Parada Gay de São Paulo, afirma que a iniciativa é inédita. "Era uma demanda antiga. A questão da violência começa inclusive dentro de casa, na família. Muitos gays expulsos da família em idade de faculdade ou de colégio e não têm para onde ir. Essa violência não é só de quem está na rua apanhando", afirmou.

Quaresma disse, ainda, que os travestis também não conseguem entrar no mercado de trabalho e muitos acabam indo morar nos albergues da Prefeitura. "Muitos gays formam hoje famílias de baixa renda e nunca conseguem entrar no programa", acrescentou.

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