MARIANA ZYLBERKAN
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), não compareceu à abertura da 26ª Parada do Orgulho LGBT+, realizada neste domingo (19) na avenida Paulista, após dois anos de edições remotas por causa da pandemia de Covid-19.
A postura difere da adotada pelo seu antecessor, Bruno Covas (PSDB), morto em maio do ano passado. Covas compareceu ao evento em edições anteriores e se posicionava politicamente a favor da comunidade LGBT+.
No sábado (18), o prefeito participou do lançamento da Rede de Orgulho, evento promovido em um hotel na zona sul pela Associação da Parada do Orgulho LGBT de São Paulo, que também organiza a Parada.
O governador Rodrigo Garcia (PSDB) também não compareceu. Ele passou a noite de sábado na Festa do Peão de Americana (SP), onde também esteve Tarcísio de Freitas (Republicanos) –ambos são pré-candidatos ao governo de São Paulo nas eleições em outubro.
Reeleito prefeito em 2020, Covas morreu no quinto mês do mandato, quando estava licenciado do cargo e foi sucedido pelo vice Nunes. O atual prefeito assumiu com o discurso de dar continuidade ao projeto de governo do tucano. Em seu gabinete, o mandatário da cidade mantém o retrato de seu antecessor na parede.
Covas esteve presente na Parada LGBT de 2019, quando criticou o presidente Jair Bolsonaro (PL) ao citar a Marcha para Jesus, evento celebrado no mesmo feriado naquele ano. "Antes de mais nada a Parada é importante para que a gente possa celebrar a cidade de São Paulo que celebra sua diversidade. É muito significativo que no mesmo feriado que a gente teve a Marcha para Jesus a gente tenha a Parada", disse na ocasião.
O tucano também prestigiou a Parada em 2018 e subiu em um dos trios elétricos. "Queria desejar um excelente evento. O meu compromisso é que no meu governo não vamos admitir preconceito na cidade de São Paulo", disse o então prefeito na abertura do evento.
Antes de disputar a Prefeitura de São Paulo como vice de Covas, Nunes integrava a chamada bancada religiosa na Câmara Municipal durante os dois mandatos como vereador.
Na Câmara, Nunes foi contra a aprovação de um trecho do Plano Municipal de Educação em 2015 que fazia referência à discussão sobre identidade sexual nas escolas, tema a que se referiu como "nefasto".