Ao receber seu almoço na prefeitura, uma quentinha do mesmo restaurante de onde vieram outras 11, consumidas por outros servidores, o sargento Júlio César, prefeito da cidade de Domingos Mourão, jamais imaginava o que poderia acontecer. "Só a minha comida tinha uns grânulos acinzentados, muito pequenos. Como eu não conheço essas substancias, eu ainda cheguei a ingerir duas colheres dessa comida", relatou o prefeito. Ele se encontra internado a mais de 48 horas em um hospital de Teresina. A suspeita é de envenenamento.
A substância encontrada na comida do prefeito provavelmente é o veneno para ratos conhecido como "chumbinho", que é proibido. O laudo médico emitido pelo Hospital Regional de Piripiri, onde Júlio César foi primeiramente atendido, revela que lhe foi administrado Atropina, um antidoto contra o veneno.
As suspeitas do militar são de que a tentativa de assassinato teria motivações políticas, já que segundo ele, o prefeito não possui inimigos pessoais na cidade. "Nem inimigos políticos, só adversários", disse ele. "A verdade é que só pode ter sido inveja, por que aos 30 anos eu conquistei um cargo em Domingos Mourão que muitos tentaram e não conseguiram", comenta o prefeito, que afirma ser muito cedo para falar em suspeitos.
"Tenho que tomar muitos cuidados, por que, imagine só, você não se sentir seguro dentro do seu ambiente de trabalho para tomar um cafezinho", disse ele. O prefeito, que deve ter alta na próxima quarta-feira, agora espera que a investigação seja concluída para poder apontar nomes. "Todo mundo na cidade é um detetive, e cada qual tem suas suspeitas, e eu também tenho as minhas".