O prefeito José Rezende, da cidade de Boa Hora, disse que não sabe o que fazer. Ele conta que recebeu a prefeitura sem um tostão nos cofres, pelo contrário, devendo R$ 3.389. Dia 10 de fevereiro, o débito deve aumentar mais R$ 134 mil, referentes ao INSS de dezembro. E ainda existem muitas outras contas.
José Rezende contou ao meionorte.com que, logo após a posse, mandou limpar a cidade para a festa do Reisado, usando recursos emergenciais. ?Retiramos 214 carradas de lixo?, disse. Depois, quando foi ao banco para sacar dinheiro da prefeitura, a surpresa: a cidade estava com saldo de R$ 3389 negativos. ?O ex-prefeito está rindo da minha cara?, disse José Rezende, que conta que pensou até em renunciar ao se deparar com o problema.
O prefeito acusa o ex-gestor Antônio Coelho de ter sumido com R$ 1,2 milhão dos cofres da prefeitura. José Resende foi vice-prefeito na gestão de Coelho, mas disse que ?vice é como pneu estepe, só se usa quando o oficial não está?.
Outras contas, como R$ 30 mil para Câmara de Vereadores e R$ 12 mil para a Eletrobrás, ainda se somarão ao débito. Dos quatro ônibus escolares, um está em uma oficina em Teresina, o conserto orçado em R$ 16 mil e os outros três tiveram peças roubadas. ?Até extintor de incêndio!?, disse José Resende. O prefeito denunciou ainda que a única ambulância da cidade está quebrada.
?Eu pensei em renunciar ao cargo, mas eu vi que seria covardia?, disse. O município, que já havia chamado atenção após as eleições, quando o prefeito eleito chamou atenção para o fato de que a sede da prefeitura era em Teresina, na avenida João XXIII, está ?vivendo um caos?, nas palavras de José Resende. Ele informou que denunciou o caso ao Ministério Público e Tribunal de Contas do Estado.