Porta-voz anuncia morte do presidente da Nigéria

O porta-voz Olusegun Adeniyi informou que o presidente havia se retirado do cargo em fevereiro

Morte do presidente da Nigéria | Divulgação
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O presidente da Nigéria Umaru Yar"Adua, 58 anos, morreu após enfrentar um longo período de enfermidade, segundo afirmou um porta-voz do governo nesta quarta-feira. O porta-voz Olusegun Adeniyi informou que o presidente havia se retirado do cargo em fevereiro para tratar um problema cardíaco agudo em um hospital da Arábia Saudita.

De acordo com o porta-voz, o chefe de Estado nigeriano morreu por volta das 9h (horário local) na residência presidencial. Ele estava ao lado da mulher, Turai. A presidência anunciou sete dias de luto nacional e informou que Yar"Adua será enterrado em seu Estado natal de Katsina, no norte do país, na manhã de quinta-feira, de acordo com a tradição muçulmana.

Yar"dua não aparecia publicamente desde novembro do ano passado desde sua volta à Nigéria em fevereiro. Delegações de religiosos muçulmanos e cristãos que o visitaram separadamente em abril passado já haviam dito que ele falava com dificuldade e que estava frágil.

Como não passou o poder formalmente a Jonathan em novembro, Yar"dua gerou grande tensão no país. O parlamento teve, então, que designar o vice, Goodluck Jonathan, como presidente interino em fevereiro. No entanto, sua posse aconteceu contra a vontade do governo e entre denúncias de inconstitucionalidade feitas pela oposição.

Em 17 de março passado, Jonathan dissolveu o gabinete de Yar"Adua e assegurou que era preciso "sangue novo" para acelerar o desenvolvimento da Nigéria. Ambos irão completar o mandato presidencial até as próximas eleições, previstas para abril de 2011.

Mas a morte do presidente aumenta as expectativas para a corrida presidencial nas próximas eleições, já dando forma para que seja a mais concorrida desde que a Nigéria voltou à democracia pouco mais de uma década atrás. Ainda não está claro se Jonathan, natural do Delta do Níger, no sul, irá concorrer à presidência devido a um acordo no partido governista que prevê a alternância do poder entre o norte e o sul. O próximo mandato de quatro anos deveria caber à região muçulmana de Yar"Adua, no norte.

"A questão fundamental é quem será o novo vice-presidente. Provavelmente será alguém do norte e a pessoa será o candidato preferencial para a presidência em 2011", disse o diretor da consultoria Greengate Strategic Partners, Kayode Akindele.

Vida política

Yar"Adua nasceu em 16 de agosto de 1951 em Katsina, norte da Nigéria, dentro de uma importante família política. Seu pai foi ministro no primeiro governo posterior à independência e seu irmão mais velho foi o segundo homem do governo militar do ex-presidente Olusegun Obasanjo, entre 1976 e 1979.

Químico de formação, ele se aventurou nos negócios e posteriormente na política, convertendo-se eventualmente no primeiro presidente da Nigéria com educação universitária. Assumiu o governo do Estado de Katsina em 1999 pelo Partido Democrata do Povo (PDP), posição que manteve por oito anos.

Era relativamente desconhecido quando foi escolhido por Obasanjo como candidato do PDP para as eleições presidenciais de 2007. Obteve uma vitória esmagadora num pleito bastante conturbado, mas que marcou a primeira transição de um presidente civil a outro desde a independência, em 1960.

Assumiu como presidente em 29 de maio de 2007, prometendo seguir as reformas de livre-mercado lançadas por seu antecessor Obasanjo e enumerando sete prioridades nacionais, como melhorar o fornecimento energético, estimular a agricultura, reduzir a insegurança alimentar, combater a corrupção e elevar os níveis educacionais.

Seus partidários inicialmente viram sua promessa de acabar com a corrupção como um novo início em uma das nações mais corruptas do mundo, mas críticos disseram que as reformas perderam ritmo durante seu mandato. Com um problema renal crônico, suas viagens ao exterior para receber tratamento médico minaram a confiança em sua administração.

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