“Por mim seria de R$ 3 mil”, diz Michel Temer sobre mínimo

A declaração foi concedida em entrevista coletiva após reunião com o governador de São Paulo,

Michel Temer | Divulgação
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O vice-presidente Michel Temer (PMDB) minimizou no início da tarde desta quinta-feira, em São Paulo, o suposto desgaste entre o governo e a base aliada na discussão sobre o valor do novo salário mínimo. Ele voltou a falar que, apesar de os partidos "desejarem" um mínimo superior aos R$ 540 definidos por Dilma, o PMDB vota com o governo. Questionado se estava satisfeito com o valor, o peemedebista brincou: "por mim seria de R$ 3 mil".

A declaração foi concedida em entrevista coletiva após reunião com o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB). De acordo com os dois, foi discutida a ampliação dos aeroportos e o governo paulista se colocou "à disposição" para a concessão de licenças ambientais e "tudo o mais que for necessário", de acordo com Alckmin. A reunião foi iniciativa de Temer.

Temer voltou a afirmar que seu partido não proporá um aumento do mínimo que prejudique as finanças do tesouro. "Não é possível um salário mínimo que "desastre" (SIC) as finanças públicas", disse.

Disputa no governo

A crise por cargos deflagrada entre os dois principais partidos de sustentação do governo Dilma Rousseff - PT e PMDB - já dava seus primeiros sinais no pós-eleição, quando os petistas começaram a abocanhar ministérios na gestão Lula então comandados por peemedebistas, como Comunicações, Saúde e Integração Nacional.

O sinal concreto de problemas futuros no Parlamento foi dado pelo líder do PMDB entre os deputados, Henrique Eduardo Alves (RN), que já afirmou que a legenda, assim como os demais aliados, precisam ser "convencidos" de que o salário mínimo tem mesmo de ficar no valor de R$ 540, como defende o Executivo. Além do desgaste político imposto a Dilma com a eventual necessidade de vetar um valor maior definido pelos parlamentares já nos primeiros dias de governo, outros projetos de grande impacto orçamentário, como a votação da proposta de emenda à Constituição (PEC), que cria um piso nacional de reajusta salários para policiais e bombeiros, colocaria em risco a expectativa de controle de gastos recém-prometido pela nova presidente.

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