“Política monetária não pode ser única resposta para o desemprego”, afirma Dilma

No discurso desta terça-feira, Dilma também combateu o protecionismo dos países e rebateu as críticas ao Brasil

Presidente Dilma | Divulgação
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A presidente Dilma Rousseff criticou nesta terça-feira (25) a política monetária dos países desenvolvidos, que, segundo ela, é prejudicial às exportações dos emergentes. A presidente foi a primeira governante a discursar em Nova York (EUA), na abertura da 67ª Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), que reúne líderes dos principais países do mundo.

"Os bancos centrais dos países desenvolvidos persistem numa política monetária expansionista que afeta os países emergentes", disse. Segundo ela, a política monetária não deve ser a única resposta para enfrentar o aumento do desemprego.

No discurso desta terça-feira, Dilma também combateu o protecionismo dos países e rebateu as críticas ao Brasil. "O protecionismo e todas as formas de manipulação do comércio devem ser combatidos", afirmou. "Não podemos aceitar que iniciativas legítimas de defesa comercial por parte dos países em desenvolvimento sejam consideradas protecionismo."

Guerra cambial

Na última sexta-feira, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a última rodada de impressão de dinheiro pelos Estados Unidos e Japão vai exacerbar as guerras cambiais globais ao induzir outros países a embarcarem em políticas similares. Segundo ele, o Brasil não permitirá que o real se aprecie excessivamente e que está preparado para tomar todas as ações para impedir isso, incluindo "aquelas que adotamos no passado".

"A guerra cambial está sendo usada por países que são importantes e o quantitative easing (QE, programa de compra de ativos) que foi feito pelo Fed (banco central dos EUA) tem estimulado esse tipo de guerra cambial. A resposta imediata ao QE dos EUA é o QE japonês, uma vez que o Japão já reagiu e adotará medidas para desvalorizar o iene", disse Mantega em conferência organizada pela revista "Economist" em Londres.

O governo adotou uma série de medidas desde 2009 com o objetivo de controlar a entrada excessiva de dólares de investidores estrangeiros.

Reunião

Na segunda-feira (24), Dilma se reuniu com o presidente da Comissão Europeia, o português José Manuel Durão Barroso.

De acordo com Durão Barroso, eles conversaram sobre os impactos da crise econômica internacional na zona do euro e as medidas em discussão para conter esses efeitos, as possibilidades de ampliação do comércio entre o Brasil e a União Europeia, além de uma cúpula que ocorrerá no próximo ano em Brasília.

A presidente chegou no último domingo (23), de manhã, a Nova York. Nos últimos dias, o único compromisso oficial foi com Durão Barroso. Dilma se dedicou a finalizar o texto para o discurso de hoje. Ela viajou acompanhada pela filha Paula e por seis ministros.

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