Agentes, escrivães e papiloscopistas da Polícia Federal decidiram na noite desta segunda-feira (27) manter a greve nacional da categoria e rejeitar a proposta de reajuste do governo, o que deve atrasar ainda mais serviços como a emissão de passaportes.
Segundo a Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), a decisão foi tomada após videoconferência entre os presidentes dos sindicatos nos estados e a diretoria da federação.
Nesta quinta-feira (30), está marcada uma assembleia geral extraordinária em Brasília para definir os rumos do movimento. Segundo a Fenapef, provavelmente haverá manifestações. Policiais e governo negociam há mais de 900 dias a reestruturação da carreira e salarial.
Termina nesta terça o prazo dado pelo governo para assinatura de acordos. A Fenapef afirma que, para a categoria, o prazo não interfere nas negociações. Isso porque os policiais federais reivindicam a restruturação da carreira e o reconhecimento de nível superior, e não apenas um reajuste.
"O governo conhece nossas reivindicações, sabe que não estamos lutando por índice de recomposição de perdas salariais, mas sim para sermos reconhecidos como carreira típica de estado de nível superior", diz o presidente da Fenapef, Marcos Wink.
O governo ofereceu reajuste de 15,8%, em três parcelas até 2015. A maioria dos servidores deixou a decisão para esta terça, entre eles os ligados à Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef).
Ontem, representantes da Federação Nacional dos Policiais Rodoviários Federais (FenaPRF) não chegaram a um acordo com o governo sobre as negociações. O presidente da FenaPRF, Pedro Cavalcanti, disse ainda que a categoria está "propensa a recusar" a oferta, já que, segundo ele, assinar o acordo em 2012 implicaria em passar os próximos três anos sem pleitear novos reajustes.
Já representantes da Sindicato do Trabalhadores da Fundação Oswaldo Cruz (Asfoc-SN) assinaram nesta segunda acordo com o governo para por fim à greve da categoria, que durava desde o dia 6 de agosto.
Desde março, quando começou a campanha dos servidores por reajuste salarial, o governo diz ter participado de mais de 180 reuniões com mais de 30 sindicatos.
Servidores que tiveram dias não trabalhados descontados da folha de pagamento do mês de agosto, que será paga em 1º de setembro, poderão negociar com o governo sob a condição de encerrarem a paralisação.