Investigações da Polícia Federal apontam superfaturamento de obras públicas em contratos de R$ 11,6 bilhões, segundo a assessoria de imprensa do órgão.
De acordo com reportagem publicada na edição desta segunda-feira (5) do jornal "Folha de S.Paulo", 8.110 investigações estão em andamento sobre desvios de recursos públicos, o que equivale a 10% do total de inquéritos da PF. Elas se concentram nos ministérios da Saúde, Educação, Cidades e Transporte.
O relatório traça um perfil das investigações sobre corrupção ativa e passiva e apontou que Nordeste (3.767), Sudeste (2.022) e Norte (1.091) concentram a maior parte. No Centro-Oeste, são 720 e no Sul, 410.
Como o relatório ainda é parcial, a PF afirma que ainda não é possível averiguar o valor exato dos desvios. O relatório foi criado em 2011, pelo Serviço de Repressão a Desvios de Recursos Públicos (SRDP), vinculado à Diretoria de Combate ao Crime Organizado (DCOR).
As verbas enviadas para as prefeituras são o principal alvo das investigações, com 1.819 inquéritos, segundo a reportagem. Isso acontece por que a maioria dos recursos federais relativos à educação, saúde e cidades são repassados diretamente aos municípios, para que eles efetuem as compras. Em geral, é nesse momento em que ocorrem as fraudes.
Também estão sob investigação servidores públicos e políticos ocupantes de cargos eletivos. Ao todo 1.633 estão sendo investigados. Os crimes mais comuns são o peculato (1.402 inquéritos) e crimes em licitação (1.148 investigações).
Em muitas cidades, as prefeituras são alvos fáceis das quadrilhas principalmente as pequenas,. Segundo a PF, há casos em que a própria empresa que quer ganhar o contrato faz o edital da concorrência.
Os ministérios da Saúde, Educação, Cidades e Transportes, segundo a reportagem da "Folha", informaram que estão tomando providências para aumentar o controle sobre os recursos federais que são repassados para Estados e municípios.