Peritos da Polícia Federal (PF) indicam fortes evidências de que a assinatura atribuída a um médico no laudo divulgado por Pablo Marçal (PRTB), que ligava Guilherme Boulos (PSOL) ao uso de cocaína, é falsa.
Segundo o laudo, foram identificadas diferenças entre a assinatura no documento falso e aquelas usadas pelo médico José Roberto de Souza ao longo de sua vida, sugerindo que não foram feitas pela mesma pessoa. Para a comparação, os peritos realizaram um exame grafoscópico utilizando documentos assinados por Souza em diferentes anos.
“Verificou-se a prevalência das dissimilaridades entre a assinatura questionada e os padrões apresentados, tanto nas formas gráficas, quanto em suas gêneses, não havendo evidências de que tais grafismos tenham sido escritos por uma mesma pessoa”, diz um trecho da conclusão da perícia.
“Desta forma, concluiu-se que os achados identificados durante os exames da assinatura presente no documento foram considerados suficientes para concluir pelo nível V da escala apresentada na subseção III.1.4: V – As evidências suportam fortemente a hipótese de que os manuscritos questionados não foram produzidos pela mesma pessoa que forneceu os padrões”.
SOBRE O CASO
Na sexta-feira (4), Pablo Marçal (PRTB) publicou em suas redes um receituário médico que alegava que Guilherme Boulos (PSOL) havia sido atendido em 2021 com “surto psicótico grave”. A publicação, que acusava Boulos de uso de cocaína, foi removida pelo Instagram após 1h30 no ar. O médico citado no documento, José Roberto de Souza, tem registro inativo por falecimento, segundo o CFM.
Boulos afirmou que o documento foi falsificado por Luiz Teixeira, apoiador de Marçal, e que na data mencionada estava distribuindo cestas básicas. Marçal negou envolvimento e disse apenas ter "publicado" o laudo.