A Procuradoria Geral da República (PGR) vai analisar as mais de 17 mil manifestações recebidas desde o discurso do deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) na Câmara no último domingo (17). O órgão informou, que já instaurou um procedimento para o caso e, além disso, que as denúncias serão tratadas “no bojo do procedimento em curso”, que será analisado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot.
Todas as reclamações contra o deputado foram recebidas via Sala de Atendimento ao Cidadão, segundo a PGR. As denúncias fazem referência ao discurso de Bolsonaro a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff, em que ele homenageou o coronel Carlos Alberto Brilhante Ustra, um dos comandantes do Doi-Codi, órgão de repressão do 2º Exército durante o período da ditadura militar. Ustra é considerado um torturador perante a Justiça brasileira.
O deputado também destacou a relação de proximidade que, segundo ele, o Brasil mantém com Cuba. “A ditadura cubana é financiada com dinheiro de brasileiro. R$ 1,3 bilhão por ano vai para Cuba em nome desse programa conhecido como Mais Médicos. Alguém acha que o PT está preocupado com pobre? É muita inocência acreditar que essa facção criminosa chegou no poder para fazer algo para o nosso país”, disse.
O Instituto Vladmir Herzog também se manifestou contra as declarações do deputado feitas no último domingo. A nota, divulgada pede que todos os parlamentares o "expulsem de seu convívio” devido à “apologia do crime covarde que é a tortura”.
O instituto mostrou “indignação contra essa abominável pregação” e pede para impedir que o deputado “continue a ofender e envergonhar o Brasil”.