A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidiu rescindir os benefícios do acordo de delação premiada do empresário Wesley Batista, do grupo J&F, e do ex-assessor jurídico da empresa Francisco de Assis.
A medida foi tomada após a procuradora-geral Raquel Dodge concluir que os dois omitiram informações e fatos criminosos nas delações.
O pedido de rescisão foi encaminhado nesta segunda-feira (26), ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin, relator dos processos oriundos das delações de integrantes do grupo J&F. No pedido, Raquel Dodge afirmou que as provas que estão no acordo vão continuar válidas, mesmo diante da anulação acordo.
De acordo com a manifestação da PGR, os colaboradores infringiram cláusulas do acordo ao não mencionar no acordo “a prestação de serviços ao grupo empresarial pelo então procurador da República, Marcelo Miller”. De acordo com a nota, o ato configura corrupção ativa pela cooptação de funcionário público, mediante vantagem indevida.
Apesar de ser membro do Ministério Público Federal (MPF), Miller também fazia parte de um grupo no WhatsApp com os envolvidos, assessorando tecnicamente a J&F. Sua participação só foi descoberta quando o celular de Wesley Batista foi apreendido, em uma das fases da Operação Lama Asfáltica. Participavam das conversas Wesley e Joesley Batista, Francisco de Assis, o executivo da JBS Ricardo Saud, Marcelo Miller e Fernanda Tórtima, advogada da empresa.