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PF prepara nova ofensiva contra réus foragidos do 8/1 na Argentina

Polícia Federal avalia acionar a Interpol ou retomar negociações com autoridades argentinas para cumprir mandados de prisão, incluindo o de Léo Índio, primo de Bolsonaro.

PF prepara nova ofensiva contra réus foragidos do 8/1 na Argentina | Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil
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A Polícia Federal (PF) está planejando uma nova ofensiva para capturar os réus dos atos de 8 de Janeiro que fugiram para a Argentina. Entre os alvos está Léo Índio, primo dos filhos mais velhos do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O movimento faz parte de um mapeamento conduzido por investigadores para viabilizar o cumprimento das ordens de prisão.

INTERPOL OU COOPERAÇÃO DIRETA COM AUTORIDADES ARGENTINAS

Segundo informações obtidas sob reserva pelo Metrópoles, dois caminhos estão sendo considerados: acionar diretamente a Interpol ou retomar contatos com as autoridades argentinas. Apesar de analisar cada caso de forma individual, a PF tem evitado recorrer à Interpol para uma operação ampla, apostando no acordo de cooperação jurídica já existente entre Brasil e Argentina, que permite a captura de foragidos.

Ainda assim, a possibilidade de envolver a Interpol não está descartada. A PF está preparando uma lista com os nomes dos foragidos para encaminhar ao Supremo Tribunal Federal (STF), a fim de obter as respectivas ordens de prisão.

DIPLOMACIA É VISTA COMO CAMINHO MAIS PRUDENTE

Dentro da PF, há o entendimento de que o contato direto com as autoridades argentinas — como o realizado em novembro do ano passado, quando a Justiça local ordenou a prisão de 61 brasileiros — é a via mais adequada. Esse diálogo diplomático seria conduzido pelo Ministério da Justiça em conjunto com o Itamaraty, a fim de evitar desgastes com o governo do presidente Javier Milei.

INVESTIGADOS PODEM TER DEIXADO A ARGENTINA

Desde a emissão dos mandados de prisão à polícia argentina, alguns dos alvos permanecem foragidos. Parte deles chegou a solicitar refúgio ao governo Milei. A PF também trabalha com a possibilidade de que alguns investigados tenham deixado o país vizinho, o que exige o apoio de outras nações e da própria Interpol, mesmo sem pedidos formais de prisão até agora.

Esse mesmo raciocínio está sendo aplicado ao caso de Léo Índio. A corporação brasileira teme gerar um atrito diplomático com a Argentina e busca evitar a exposição excessiva do caso.

SITUAÇÃO DE LÉO ÍNDIO NA ARGENTINA

Léo Índio possui uma autorização provisória de permanência na Argentina, válida até 4 de junho. Esse documento permite que ele trabalhe, estude e acesse os serviços públicos locais. No entanto, esse status não equivale à concessão de asilo político — o que, se concedido, poderia protegê-lo contra uma eventual extradição. A solicitação formal de refúgio político já foi feita por ele ao governo argentino.

STF TORNOU LÉO ÍNDIO RÉU POR TENTATIVA DE GOLPE

Em 28 de fevereiro deste ano, a Primeira Turma do STF aceitou por unanimidade a denúncia contra Léo Índio, tornando-o réu por envolvimento nos ataques que resultaram na depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. O plenário virtual também manteve a decisão anterior da Corte e rejeitou o recurso apresentado pela defesa. A ação contra o aliado de Bolsonaro integra a 19ª fase da operação Lesa Pátria.

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