A Polícia Federal intimou o ex-presidente Jair Bolsonaro, a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, além de outros seis personagens envolvidos na investigação sobre a venda e recompra de joias milionárias que deveriam ter sido incorporadas ao patrimônio da presidência da República, mas que foram vendidas nos Estados Unidos. As informações são do Blog da jornalista Natuza Nery, do G1.
Além de Bolsonaro e Michelle, a PF ouvirá, de forma simultânea, na quinta-feira da próxima semana, dia 31 de agosto, Fábio Wajngarten, advogado de Jair Bolsonaro; Frederick Wassef, advogado de Bolsonaro; Marcelo Câmara, assessor especial de Bolsonaro; Mauro Cesar Barbosa Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro; general Mauro César Lourena Cid, pai de Cid, e Osmar Crivellati, assessor de Bolsonaro.
A estratégia da Polícia Federal em fazer um depoimento simultâneo entre os oito envolvidos nesse caso é evitar que o eles combinem versões e assim tentar esclarecer alguns pontos da investigação, que já conta com farto material probatório, como os mais de 17 mil e-mails dos ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro, onde a PF teve acesso a documentos e troca de mensagens entre os envolvidos. Nesse mesmo dia, Bolsonaro deverá depor ainda sobre o caso dos empresários que discutiam golpe de estado em grupo de mensagens no Whatsapp.
A intimação do grupo ocorre após a deflagração da operação Lucas 12:2, que investiga a venda e tentativas de venda de presentes recebidos pela presidência da República por Mauro Cid e o envolvimento de seu pai, o general Lourena Cid, além do advogado Frederick Wassef, e outros militares ligados ao ex-presidente. Em decorrência da operação, a PF apreendeu 4 celulares de Wassef, na semana passada e o ministro Alexandre de Moraes autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Jair Bolsonaro e da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro.
As joias em questão foram entregues como presentes ao governo brasileiro por outros países, como a Arábia Saudita. Segundo a PF, a venda desses presentes começou a ser negociada nos Estados Unidos em junho de 2022. O advogado de Cid, Cezar Bitencourt, disse nesta sexta-feira (18) que o ex-presidente pediu para que Cid "resolver o problema do Rolex". Ainda segundo ele, após a venda do relógio, Cid entregou o dinheiro para Bolsonaro ou para a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro.