A Polícia Federal (PF) encontrou documentos sigilosos relacionados a investigações sobre o Banco Master no celular do banqueiro Daniel Vorcaro, levantando suspeitas de que ele teria contratado hackers para invadir sistemas de informática e obter informações confidenciais.
A defesa de Vorcaro declarou não ter conhecimento das alegações feitas. O material estava sob sigilo, e foi reanalisado pela PF após a autorização do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, para retomar as investigações.
Daniel havia sido preso um dia antes da deflagração da operação Compliance Zero, em 17 de novembro. Na ação, seu aparelho celular foi apreendido.
Analisando os dados do aparelho, a PF encontrou trechos de investigações sigilosas, que foram acessados antes que a defesa de Vorcaro acessasse o material. Nos dados foram encontradas apurações sobre a venda do Banco Master para o Banco Regional de Brasília (BRB), que é o foco central da Operação Compliance Zero.
As investigações indicam que Vorcaro teria contratado hackers para invadir sistemas, obter documentos sigilosos e interferir na imagem pública do Banco Master, reduzindo críticas e impulsionando conteúdos positivos nas redes sociais por meio de robôs.
Para os investigadores, a posse desses documentos reforça a suspeita de que Vorcaro tentava deixar o país por temer uma prisão. Ele deixou a cadeia em 29 de novembro, após decisão do TRF-1, mas o caso chegou ao STF por determinação do ministro Dias Toffoli, após a apreensão de documentos relacionados a uma negociação imobiliária com o deputado João Carlos Bacelar (PL-BA), revelada pelo Estadão.
As apurações chegaram a ser suspensas, mas foram retomadas em 15 de janeiro, quando Toffoli autorizou novos depoimentos e diligências. A Polícia Federal também investiga suspeitas de venda de carteiras de crédito consignado irregulares ao BRB, em operações que somariam R$ 12 bilhões. A defesa de Vorcaro nega irregularidades.