PF diz que Bolsonaro tinha 'plena consciência' e 'participação ativa' em trama golpista

No relatório final da investigação, a Polícia Federal afirma que Bolsonaro tinha 'plena consciência' e 'participação ativa' na trama golpista.

PF diz que Bolsonaro sabia da trama golpista | Andressa Anholete/Getty Images
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O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), derrubou o sigilo do inquérito do golpe, em que o ex-presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e mais 36 pessoas foram indiciadas. No relatório final da investigação, a Polícia Federal afirma que Bolsonaro tinha 'plena consciência' e 'participação ativa' na trama golpista. 

VEJA ÍNTEGRA DO RELATÓRIO

Entre os 37 indiciados há ex-ministros e militares de alta patente. Segundo as investigações, eles atuaram em 6 núcleos para abolir a democracia no Brasil e evitar a posse de Lula em janeiro de 2023.

"Diante do exposto, conforme todos os atos executórios descritos, a investigação reuniu elementos que permitiram a conclusão de que os investigados atuaram de forma coordenada, mediante divisão de tarefas, desde o ano de 2019, com o emprego de grave ameaça para restringir o livre exercício do poder Judiciário e impedir a posse do governo legitimamente eleito, com a finalidade de obter a vantagem relacionada a manutenção no poder do então presidente da República JAIR BOLSONARO. Os elementos de prova colhidos corroboram as hipóteses criminais enunciadas na presente investigação, demonstrando autoria e materialidade dos fatos apurados, fundamentando os indiciamentos descritos", diz trecho do documento.

O QUE DIZ O DOCUMENTO

O texto detalha que, ao dar continuidade à execução do plano, os envolvidos realizaram práticas que visavam subverter a ordem constitucional e inviabilizar a transição democrática de poder.

"O então Presidente da República Jair Bolsonaro teria recebido uma minuta de um decreto, que detalhava diversos 'considerandos' (fundamentos dos atos a serem implementados) quanto a supostas interferências do Poder Judiciário no Poder Executivo e, ao final, decretava a prisão de diversas autoridades".

Na lista, constavam a detenção de ministros do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes e Gilmar Mendes, além do presidente do Senado, Rodrigo Pacheco. O plano incluía até mesmo assassinar Lula, o vice Geraldo Alckmin e Alexandre de Moraes no fim de 2022, após a eleição. 

O documento inicial também decretava a realização de novas eleições devido a supostas fraudes no pleito. No entanto, Bolsonaro devolveu o documento impondo alguns ajustes. A pedido do então presidente, ficaram mantidas somente a determinação de prisão do ministro Alexandre de Moraes e a realização de novas eleições presidenciais.

OUTROS PONTOS DA INVESTIGAÇÃO

O material foi encaminhado à Procuradoria-Geral da República (PGR), que deverá analisar se apresentará denúncia contra os indiciados.

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