SEÇÕES

PF deflagra nova fase da Operação Sem Desconto; senador Weverton é alvo

As investigações apontam que o grupo atuou entre 2019 e 2024, com descontos irregulares feitos diretamente nos benefícios de aposentados e pensionistas

Senador Weverton Rocha (PDT-MA) | Foto: Carlos Moura/Agência Senado
Siga-nos no

A Polícia Federal deflagrou nesta quinta-feira (18) uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga um esquema nacional de descontos ilegais em aposentadorias e pensões do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

Um dos alvos da operação é o senador Weverton Rocha (PDT-MA), além de um assessor ligado a ele. A Polícia Federal também prendeu Romeu Carvalho Antunes, filho de Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, que já estava preso desde setembro pelo mesmo esquema.

As investigações apontam que o grupo atuou entre 2019 e 2024, com descontos irregulares feitos diretamente nos benefícios de aposentados e pensionistas. De acordo com a PF, os prejuízos podem chegar a R$ 6,3 bilhões.

Nesta fase da operação, a PF e a Controladoria-Geral da União (CGU) cumprem 52 mandados de busca e apreensão, 16 mandados de prisão preventiva e outras medidas cautelares. A ação foi autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e ocorre nos estados de São Paulo, Paraíba, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Minas Gerais e Maranhão, além do Distrito Federal.

Como funcionava o esquema

O caso veio a público em 23 de abril, durante a primeira fase da operação. Conforme a investigação, os suspeitos realizavam descontos mensais nos benefícios do INSS sem autorização dos aposentados e pensionistas.

Os valores eram retirados como se os beneficiários tivessem se filiado a associações de aposentados. No entanto, segundo a PF, essas pessoas não haviam se associado nem autorizado qualquer cobrança.

À época, o ministro da CGU, Vinícius de Carvalho, informou que as entidades envolvidas diziam oferecer serviços como assistência jurídica e descontos em academias e planos de saúde, mas não possuíam estrutura para isso. Ao todo, 11 entidades foram alvo de medidas judiciais, e os contratos com aposentados e pensionistas foram suspensos.

Mudanças no Ministério da Previdência

A investigação levou à saída do então ministro da Previdência, Carlos Lupi (PDT), que pediu demissão. Ele foi substituído por Wolney Queiroz, que ocupava o cargo de secretário-executivo da pasta.

Devolução dos valores

Em julho, o governo federal anunciou a devolução dos valores descontados de forma irregular. O pagamento está sendo feito em parcela única, sem ordem de prioridade.

O prazo para contestar descontos indevidos foi prorrogado. Os beneficiários têm até 14 de fevereiro de 2026 para solicitar a devolução do dinheiro.

A contestação pode ser feita por três canais:

  • Meu INSS (site ou aplicativo), no serviço “Consultar Descontos de Entidades Associativas”;

  • Central 135, com atendimento gratuito de segunda a sábado, das 7h às 22h;

  • Correios, em mais de 5 mil agências com atendimento assistido e gratuito.


Tópicos
Carregue mais
Veja Também