O relatório da Polícia Federal aponta que o celular encontrado com a vereadora Tatiana Medeiros (PSB), enquanto ela estava presa em uma sala especial no Quartel do Comando-Geral da PM do Piauí, pode ter sido entregue por um advogado. Embora a mãe da parlamentar, Maria Odélia Medeiros, tenha declarado ser responsável pelo envio do aparelho, a PF considera essa versão improvável com base nas provas reunidas.
Aparelho estava em uso desde abril
O dispositivo, um iPhone 16 Pro Max, foi apreendido no dia 20 de maio, juntamente com um tablet. Três dias depois, a mãe da vereadora afirmou à Corregedoria da Polícia Militar que havia levado o celular à filha. No entanto, segundo a investigação, Tatiana já estava utilizando o aparelho desde 7 de abril, data da primeira atividade registrada no WhatsApp.
Relatório detalha visitas e uso do aparelho
A análise da lista de visitantes reforça a suspeita. Maria Odélia visitou a filha nos dias 5 e 6 de abril, mas não no dia 7, quando o celular foi usado pela primeira vez. Já um advogado esteve com Tatiana justamente no dia 7 de abril, às 17h44, o que coincide com o início das interações no aplicativo de mensagens.
Conversas revelam rede de contatos
Com autorização judicial, a Polícia Federal obteve acesso aos dados do aparelho. A análise revelou conversas da vereadora com familiares, assessores, advogados e pessoas próximas, o que indica que ela mantinha comunicação externa mesmo durante o período em que deveria estar incomunicável.
Prisão domiciliar após operação da PF
Tatiana Medeiros deixou o quartel na última terça-feira (3), após a juíza Júnia Maria Bezerra Feitosa Fialho, da 1ª Zona Eleitoral de Teresina, conceder a ela prisão domiciliar. A parlamentar é investigada na segunda fase da Operação Escudo Eleitoral, que apura o uso de recursos de facções criminosas no financiamento de sua campanha para as eleições de 2024.