O Conselho de Administração da Petrobras decidiu, em reunião realizada na sexta-feira (19), propor a distribuição de 50% dos dividendos extraordinários retidos em março. A proposta será votada pelos acionistas em assembleia no dia 25 de abril.
A companhia acredita que a distribuição do lucro líquido não comprometeria a sustentabilidade financeira da Petrobras, justificando a decisão.
DIVERGÊNCIAS ENTRE REPRESENTANTES DO GOVERNO: Na reunião anterior à desta sexta-feira, os representantes do governo se opuseram à proposta, optando pela retenção dos dividendos por uma margem de 6 a 4 votos.
No início do mês, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, se reuniram no Palácio do Planalto e decidiram defender o pagamento de 100% dos dividendos da Petrobras aos acionistas.
Os ministros comunicaram a decisão ao presidente da estatal, Jean Paul Prates, antes de contactar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva para bater o martelo sobre o tema.
PLANEJAMENTO DE INVESTIMENTOS E LUCROS: Haddad afirmou que os ministros estão dialogando com a diretoria da Petrobras e conselheiros para garantir que o plano de investimentos da estatal não seja prejudicado por questões financeiras. Segundo ele, o objetivo é dar segurança para que a diretoria tome decisões com tranquilidade.
No mês passado, a Petrobras optou por não distribuir os dividendos extraordinários de R$ 43,9 bilhões aos acionistas, mantendo o dinheiro em uma conta de reserva para possíveis investimentos futuros.
Apenas o mínimo legal de R$ 14,2 bilhões foi distribuído em março, após a companhia divulgar lucro de R$ 124,6 bilhões em 2023. Os dividendos representam a parcela do lucro que a empresa distribui aos acionistas.