Petista critica e diz que Lula ainda não compreendeu situação no Congresso

Merlong Solano pontua que o cenário não é o mesmo de 2003, tirando a culpa do ministro Padilha da dificuldade nas articulações.

Deputado federal Merlong Solano | Agência Câmara
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Após 100 dias de gestão, o governo Lula ainda enfrenta dificuldades na formação de uma base sólida no Congresso Nacional. Esse apoio dos parlamentares é de suma importância para aprovação de projetos considerados indispensáveis para a condução do país, como o do novo arcabouço fiscal, regra que deve substituir o atual teto de gastos. 

Em entrevista à Meio Norte, o deputado federal Merlong Solano (PT), reforçou que o governo deve compreender que o cenário atual é diferente do de 2003, quando Lula assumia seu primeiro mandato. Além disso, o parlamentar pontuou que a responsabilidade pelo imbróglio presente nas Casas Legislativas não deve ser atribuída somente a Alexandre Padilha, Ministro das Relações Institucionais, mas também ao cenário de polarização ainda presente na sociedade brasileira. 

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“Eu acho que a crítica não deve ser individualizada, o Alexandre Padilha é um excelente interlocutor, é uma pessoa ótima de diálogo, o problema não está nele. O problema é que o governo parece que não compreendeu ainda que a situação em que ele assumiu agora é muito diferente da situação em que assumiu em 2003. Hoje ele assumiu um país dividido, há uma polarização forte desde a eleição, o país continua dividido”, disse.

A solução, para Merlong Solano, é empoderar o ministro para que ele possa realizar as articulações politicas no Congresso com mais celeridade. 

“Isso tudo torna uma situação muito diferente do que era o país em 2003 e também em 2007 quando o Lula assumiu a segunda vez. De modo que é preciso sim alterar a qualidade do diálogo com o Congresso Nacional empoderando Alexandre Padilha pra que ele acerte e as coisas sejam executadas com mais celeridade”, finalizou.

Lula não mudará articulação política

Em entrevista coletiva no Reino Unido, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) descartou no último sábado, 06 de maio, qualquer mudança no comando da articulação política com o Legislativo, hoje comandada pelo ministro de Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT). "Em hipótese alguma. O Padilha é o que o país tem de melhor na articulação política", declarou o presidente.

O Governo Federal sofreu uma derrota "acachapante" neste semana, com a derrubada de trechos de decretos de Lula que alteraram o marco legal do saneamento básico. Ademais, também não conseguiu a aprovação com urgência do projeto de lei das fakes news, que acabou sendo retirado de pauta sob o risco de ser derrubado. 

Apesar de não admitir mudanças na articulação política, Lula reconhece que há uma insatisfação entre os parlamentares, por promessas que ainda não foram cumpridas, englobando inclusive nomeações em Ministérios e órgãos públicos. "O fato de você acertar ou errar, nós temos que pensar o que aconteceu. Quando você governa, faz um acordo com a Câmara ou o Senado sobre a aprovação de uma medida e tem que cumprir alguma coisa, você tem que cumprir", impôs o petista. 

Lula pontuou ainda que os deputados reclamam da demora da gestão federal. "O que estão se queixando os deputados? De que o governo tarda a atender as reivindicações. O cara quer participar de um ministério, tem um funcionário que ele indicou e é tecnicamente competente. Se você concorda com ele e prometeu, você tem que fazer. Não pode prometer e não fazer".

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