Na noite da última terça-feira 916), o ex-juiz da Lava Jato, ex-ministro da Justiça de Jair Bolsonaro (PL) e agora senador, Sérgio Moro (União Brasil-PR), foi às redes sociais prestar solidariedade e lamentar a cassação do mandato do deputado federal Deltan Dallagnol (Podemos-PR). O congressista perdeu o posto após votação unânime do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) na mesma noite.
No Twitter, Moro afirmou estar “estarrecido” em saber que o deputado não estará mais presente no Congresso, além de alegar que o ex-procurador era “voz honesta na política”.
“É com muita tristeza que recebo a informação da cassação do mandato do deputado federal Deltan Dallagnol. Estou estarrecido por ver fora do Parlamento uma voz honesta na política que sempre esteve em busca de melhorias para o povo brasileiro. Perde a política. Minha solidariedade aos eleitores do Paraná e aos cidadãos do Brasil”, escreveu.
Enquanto isso, a presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PT-PR), apontou alguns dos motivos pelos quais o parlamentar perdeu o mandato.
“[...] Responde a processos administrativos pendentes como procurador, ou seja, é ficha suja. Também foi considerado pelo TCU [Tribunal de Contas da União] por gastos com diárias e passagens na operação Lava Jato”, escreveu no Twitter.
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Decisão do TSE
Os ministros do TSE consideraram que Dallagnol solicitou a exoneração do cargo de procurador do Ministério Público para tentar fugir de julgamento no Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que poderia barrá-lo de participar das eleições de 2022. Com a descoberta, os ministros decidiram que o ex-procurador burlou a aplicação da lei.
Com a deliberação, o TSE derrubou a ordem do Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), que negou, em outubro de 2022, a contestação do registro de candidatura, logo após Dallagnol se eleger deputado federal com mais de 340 mil votos, sendo considerado o mais votado do Paraná.
Agora, o TSE informa ao TRE-PR a decisão de pôr fim, de forma imediata, à aplicação da ordem. O parlamentar ainda pode recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), mas seu cargo já não lhe pertence mais. Além disso, seus votos devem ser redistribuídos, uma vez que ele nem sequer poderia concorrer às eleições.