Durante a sessão da CPI do MST ocorrida nesta quarta-feita (31), mais uma vez a deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL- SP), teve seu microfone silenciado durante uma fala. Já é a terceira vez consecutiva que a parlamentar é silenciada enquanto vazia uma pergunta referente às próximas diligências da comissão. Durante o ocorrido Sâmia lembrou ao presidente sobre os inquéritos que ele possui na justiça, justamente por silenciá-la durante as reuniões da comimssão.
A trasmissão da CPI mostra quanndo o presidente da comissão, tenente-coronel Zucco (Republicanos - RS), interrompe a fala da deputada duas vezes em momentos consecutivos, mutando seu microfone. Mas, apesar disso, Sâmia continua falando e eleva seu tom de voz para ser ouvida, discutindo por um tempo considerável e exigindo sua vez de fala, pois ainda não havia concluído sua pergunta.
No vídeo é possível perceber certa indignação na voz de Sâmia, a situação se desenrolou após a deputada anunciar que faria perguntas referentes às diligências futuras, o que já estava incluso na pauta. Ao começar a preparar a pergunta, imediatamente seu microfone foi cortado. O relator da comissão, o deputado Ricardo Salles, aparece rindo da situação e vira seu microfone de mesa para o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, que era o convidado a depor na comissão nesta terça-feira, e também rio com o ocorrido.
Mesmo silenciada, Sâmia disse em um tom de voz alto para que pudesse ser ouvida: "Tem um inquérito contra o senhor na PGR por cortar o microfone de deputadas e o senhor dá provas contra o senhor, o inquérito está aberto", afirmou a deputada ao presidente da CPI. Após a diligência ocorrida no dia 23 de maio, o Minstério Público Eleitoral pediu que a Procuradoria-Geral da República (PGR) investigasse a denúncia de que o presidente estaria praticando uma possível violência política de gênero contra Bomfim. Além do ocorrido no dia 23, a deputada teve seu microfone mutado pela segunda vez ontem (30) e hoje (31) novamento, todas eles em reuniões da CPI do MST.
Em suas redes sociais, a deputada lamenta o ocorrido.
Segundo nota do site da Câmara, a violência política de gênero se caracteriza como "qualquer tentativa de excluir uma mulher do espaço político, impedir ou restringir seu acesso ou induzi-la a tomar decisões contrárias à sua vontade", além das interrupções de fala constantes, cortar o som do microfone de Sâmia é considerado violência política de gênero.