Depois de ser alvo de acusações dos senadores Fernando Collor de Mello (PTB-AL) e Renan Calheiros (PMDB-AL) no plenário do Senado, o senador Pedro Simon (PMDB-RS) encaminhou nesta terça-feira pedido para que a Corregedoria do Senado interpele o petebista sobre as ameaças dirigidas a ele ontem. No bate-boca no plenário do Senado, Collor prometeu "relembrar momentos bastante incômodos" para Simon se o peemedebista insistir em mencionar seu nome publicamente.
No pedido encaminhado ao corregedor do Senado, Romeu Tuma (PTB-SP), Simon pede que Collor "explicite os fatos de que fez ilação" na sessão plenária. "A interpelação é fundamental para o esclarecimento dos fatos, resguardo de minha honra e de minha biografia pessoal e política", diz Simon no pedido.
Questionado por jornalistas sobre a decisão de Simon, Collor respondeu ironicamente. "Manda ele [Simon] para...". O senador não completou a frase e entrou rapidamente em seu carro ao deixar o Senado nesta terça-feira.
O ex-presidente não quis comentar o episódio da troca de acusações com Simon ao longo do dia. No acalorado debate em plenário, Collor chegou a pedir que o peemedebista engolisse suas palavras antes de mencionar o seu nome.
"São palavras que não aceito sobre mim e minhas relações políticas. São palavras que eu quero que o senhor as engula e as digira como achar conveniente. As minhas relações com o senador Renan Calheiros são relações conhecidas, são relações das quais em nenhum momento eu me arrependi. Estivemos distantes em alguns momentos, estamos juntos em outros momentos", afirmou Collor.
O ex-presidente que está em "trincheiras opostas" a Simon. "Não aceito que o senhor fale dessa forma de um ex-presidente [Sarney] que governou o Brasil e cumpriu com grandeza e maestria todo o seu mandato. Está sendo vitimado por acusações de todas as naturezas. Sei o que é isso porque passei por isso em escala maior, e sei como tudo isso é forjado."
O embate teve início depois que Simon defendeu o afastamento de Sarney da presidência do Senado. Collor reagiu depois que Simon mencionou a ligação do ex-presidente com Renan. Assim como Collor, Sarney não quis comentar a crise política na Casa. O senador prometeu fazer discurso em plenário amanhã para explicar a série de acusações que acirraram o clima no Senado.