Há hoje um cenário que pode resultar num fracionamento partidário inédito nas disputas por prefeituras das 26 capitais brasileiras: segundo as pesquisas mais recentes, 16 partidos têm candidatos competitivos e podem sair vencedores nessas eleições.
Em 2008, nesta mesma época, só 11 partidos estavam com candidatos bem posicionados nas eleições de prefeitos em capitais. Ao final, dez agremiações acabaram vencendo nessas cidades --o que já representou a maior dispersão partidária desde o fim da ditadura militar nos anos 80.
Agora, quando se olha a lista de candidatos que estão no páreo, enxergam-se vários casos de representantes de partidos nanicos. O mais evidente é o PRB (Partido Republicano Brasileiro) de Celso Russomanno em São Paulo.
Mas há Ratinho Júnior, do PSC (Partido Social Cristão), à frente em Curitiba. Edmilson Rodrigues, do PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), em Belém. César Souza Jr., do PSD (Partido Social Democrático), em Florianópolis.
O mais provável é que muitos candidatos de siglas nanicas --ou novatas, como o PSD-- acabem tendo dificuldades e não saiam vencedores. Mas o fato de terem chegado à reta final é um sinal de que um universo partidário mais horizontal está se cristalizando no país.
No final dos anos 90 houve uma tendência oposta, pois o Congresso havia aprovado uma lei que restringia a atuação de partidos com desempenho ruim nas eleições para deputado federal --era a chamada cláusula de desempenho ou barreira. Mas o Supremo Tribunal Federal derrubou o dispositivo em 2006. A partir daí, o número de siglas passou a aumentar.
O Brasil tem hoje 30 partidos políticos. O que causou maior impacto foi o PSD, idealizado pelo prefeito paulistano, Gilberto Kassab. Ao ser criado também construiu uma tese vitoriosa na Justiça: deputados, senadores, prefeitos ou outros políticos eleitos podem se filiar a uma nova agremiação, manter o mandato e levar para a nova legenda seus votos --isto é, o tempo de TV e rádio e o dinheiro do Fundo Partidário.
No quadro das capitais, entretanto, os partidos tradicionais são ainda preponderantes no ranking de candidatos competitivos. O PSDB tem 11 nomes com possibilidade de vencer em capitais. O PT vem em segundo com 10 nomes. Depois aparecem PSB (6), PMDB (6), PDT (5) e DEM (3).