Um grupo de sete parlamentares entregou ao Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, uma representação com um pedido cautelar de afastamento do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), denunciado por corrupção e lavagem de dinheiro no esquema de corrupção na Petrobras. O pedido está condicionado ao recebimento da denúncia contra Cunha no Supremo Tribunal Federal (STF).
O documento entregue a Janot destaca que Cunha tem usado o cargo de presidente da Casa para benefício próprio e para tentar obstruir os andamentos das investigações. Segundo o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP), a representação se baseia no artigo 86 da Constituição, que diz que o presidente da República não pode ser réu em ação em ação no STF e, sendo réu, é necessário seu afastamento por até 180 dias para que ele seja julgado. "Como o presidente da Câmara é o terceiro na linha sucessória, obviamente esse dispositivo constitucional se aplica a ele", explicou. "Além disso, é de notório conhecimento o comportamento do presidente da Câmara obstacularizando as investigações da Operação Lava Jato", completou.
A peça apresentada nesta pelo grupo de parlamentares está vinculada ao prazo do STF em aceitar a denúncia contra Cunha. Esse prazo, entretanto, pode ser ampliado, já que os advogados do peemedebista solicitaram que o período de 15 dias para que Cunha apresente sua defesa seja alterado para 30 dias. A decisão pode sair ainda nesta quinta e, como o Supremo já concedeu a ampliação do prazo para o senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), é possível que Cunha seja beneficiado.