Nesta segunda-feira (1º), o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) do Paraná inicia o julgamento do senador e ex-juiz federal Sergio Moro (União-PR) em um processo que pode resultar em sua cassação. Moro chega ao tribunal sem o apoio de seu antigo aliado, o ex-procurador e ex-deputado federal Deltan Dallagnol (Novo), cassado em maio de 2023 pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com base na Lei da Ficha Limpa.
RUPTURA NA PARCERIA: Colegas na Operação Lava-Jato, Moro e Deltan ingressaram na política em 2022 e formaram uma bancada anticorrupção no início de seus mandatos. No entanto, a relação azedou quando Deltan perdeu o mandato, sendo enquadrado na Lei da Ficha Limpa. A postura de Moro nesse momento desagradou aliados de Deltan, que esperavam mais apoio.
Fora do mandato, Deltan intensificou sua oposição ao governo federal e percebeu uma mudança na postura de Moro, mais comedido nas palavras. O ponto de tensão ocorreu após a indicação de Flávio Dino ao Supremo Tribunal Federal (STF), quando Deltan cobrou apoio contra a escolha, suspeitando de Moro. A troca de mensagens entre Moro e seu suplente também gerou descontentamento em Deltan.
APROFUNDAMENTO DA CRISE: Novos episódios de tensão se somaram à crise, como uma piada sobre Moro durante um debate, gerando desconforto, e a mudança do domicílio eleitoral de Rosângela Moro para Curitiba, contribuindo para o afastamento. Deltan, pré-candidato à prefeitura pelo Novo, especula a possibilidade de Rosângela concorrer, o que cria um cenário de disputa nas urnas entre nomes da Lava-Jato.
Interlocutores destacam que a relação entre Moro e Deltan sempre foi estritamente profissional, sem amizade fora do trabalho. Procurados pela reportagem, ambos preferiram não comentar sobre o assunto, deixando o desfecho dessa crise político-judicial em aberto.
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