Para garantir o apoio de Marina Silva, PSB deve desistir de Geraldo Alckmin

Marina Silva se recusou a apoiar o governador tucano no maior colégio eleitoral do país.

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Interlocutores do PSB e da Rede passaram a expor publicamente que a aliança do governador Eduardo Campos (PE) em São Paulo para reeleger Geraldo Alckmin (PSDB) ao Palácio dos Bandeirantes não tem como se viabilizar.

Marina Silva se recusou a apoiar o governador tucano no maior colégio eleitoral do país. Campos, interessado em confirmá-la como vice em sua chapa à Presidência até fevereiro, quer seguir o mesmo caminho da ex-senadora com o objetivo de herdar os votos que ela tem em São Paulo.

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"Na nossa avaliação, Campos já compreende que é importante para a Rede ter uma candidatura própria em São Paulo e no Rio", afirmou ontem Walter Feldman (PSB-SP), um dos principais interlocutores de Marina. "Não é um veto pessoal a Alckmin, mas é uma questão doutrinária. A terceira via precisa se apresentar", completou.

Alckmin vem costurando desde 2013 a manutenção do PSB em sua base de apoio. As negociações vinham avançando com o presidente do PSB-SP, deputado Márcio França, mas os aliados de Marina defendem chapa própria do PSB com a Rede que seja uma alternativa à polarização entre petistas e tucanos.

Apesar de demonstrar um esforço para manter a aliança com o PSB, Alckmin jamais ofereceu a vaga de vice ao partido em sua chapa pela reeleição. Ele preferia que o PSB oferecesse candidato ao Senado em sua chapa para concorrer com Eduardo Suplicy (PT), a quem Marina Silva promete apoiar.

Além da resistência do grupo da ex-senadora, pesquisa interna encomendada pelo PSB mostrou que Marina tem a aprovação de 22% do eleitorado paulista. Esse índice tem norteado as decisões políticas de Campos.

Na análise do governador, se ele liberar o PSB a integrar a chapa com o PSDB, poderá diminuir as suas chances de herdar os votos de Marina na mais importante praça da eleição deste ano.

PSB e Rede, inclusive, já avaliam nomes que poderiam ser lançados em São Paulo. A preferência do PSB seria por Márcio França, mas também são cotados a deputada Luiza Erundina (SP) e o advogado Pedro Dallari. Na Rede, Feldman é a opção.

Recentemente, o grupo de Campos começou a discutir outra alternativa: apoiar a candidatura de Paulo Skaf (PMDB) em São Paulo. Essa saída, porém, é pouco plausível. Enfrentaria resistência não só de Marina como também da campanha de reeleição da presidente Dilma Rousseff, que espera ter mais palanques no Estado.

O grupo político de Marina vai defender junto ao PSB que sejam lançadas candidaturas próprias nos principais Estados. "É preciso ter uma boa arquitetura política nos Estados para que se dê condição, sustentação à candidatura presidencial", afirmou Bazileu Margarido, coordenador-executivo da Rede.

Até 30 de janeiro, o PSB quer fechar documento para nortear as alianças estaduais.

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