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Oposição pede fim do recesso após medidas do STF contra Bolsonaro

Parlamentares exigem reunião com Hugo Motta e reagem à decisão de Moraes

Parlamentares defendem a votação da PEC que limita decisões monocráticas no STF e a criação de uma CPI para investigar supostos abusos de autoridade do Supremo | Foto: Andressa Anholete/Agência Senado
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Parlamentares da oposição se mobilizaram nesta sexta-feira (18) para pedir uma reunião urgente com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e o fim do recesso parlamentar. A ação ocorre após o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar uma série de medidas cautelares contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A decisão inclui restrições como o uso de tornozeleira eletrônica, proibição de comunicação com seus filhos Carlos e Eduardo Bolsonaro e com embaixadores estrangeiros, além de recolhimento domiciliar noturno. As medidas fazem parte do Inquérito 4995, que investiga possível tentativa de fuga e articulações para desestabilizar a ordem constitucional.

Deputados falam em perseguição política

Durante uma coletiva convocada de última hora, lideranças da oposição classificaram a decisão de Moraes como uma “grave ameaça à democracia”. A deputada Bia Kicis (PL-DF), que falou em nome da liderança da Minoria, afirmou que os parlamentares pretendem dar uma resposta institucional à operação da Polícia Federal, vista por eles como abuso de autoridade.

Participaram do encontro representantes do PL, do Novo, da oposição e da minoria. “Não é admissível que um único ministro tome decisões com esse nível de repercussão política e social”, criticou Kicis.

PECs e CPIs na mira

Entre as medidas em discussão, os parlamentares defendem a votação de uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limite decisões monocráticas no STF, além da criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar possíveis excessos do Supremo.

A oposição também quer convocar as comissões permanentes de Segurança Pública e Relações Exteriores, ambas sob presidência de deputados do PL, para analisar os impactos institucionais da decisão judicial e propor ações legislativas de “contenção de abusos”.

A expectativa da oposição é pressionar a Câmara a tomar uma posição pública sobre o caso e reabrir o debate sobre o equilíbrio entre os Poderes.

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