O presidente do Conselho de Ética do Senado, Paulo Duque (PMDB-RJ), afirmou nesta quinta-feira (16) que não está preocupado com a repercussão de suas decisões no comando do colegiado que deve julgar três denúncias contra o presidente da Casa, José SArney (PMDB-AP). "Não estou preocupado com isso. A opinião pública é muito volúvel. Ela flutua", declarou Duque.
O peemedebista também disse não temer uma eventual cobrança da população, caso o conselho arquive as denúncias contra Sarney. "Não temo ser cobrado por nada. Quem faz a opinião pública são os jornais, tanto que eles estão acabando", ironizou Duque.
Nesta quarta-feira (15), depois de uma manobra da bancada do PMDB, os integrantes do colegiado elegeram Paulo Duque para comandar o conselho. Na oportunidade, Duque, que é colega de bancada de Sarney, foi questionado se o conselho teria independência para julgar, de maneira isenta, o presidente do Senado. O peemedebista respondeu: "Não existe independência total na política."
O peemedebista foi eleito depois que o senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE) decidiu deixar o colegiado. Valadares havia sido indicado pelo PT, mas acabou tendo o nome vetado pelo grupo ligado ao líder do PMDB, Renan Calheiros (AL).
Diante da manobra do PMDB que assegurou o comando do conselho a Duque, o líder do PT, Aloizio Mercadante (SP), divulgou nota nesta quarta para afirmar que o partido não terá responsabilidade pelas ações que o peemedebista possa vir a adotar no comando do colegiado.
?A responsabilidade pelo desdobramento quanto à presidência do Conselho de Ética, no que se refere à base, passa a ser inteiramente da bancada do PMDB?, registrou Mercante no texto.
O líder petista ainda disse que o bloco de apoio do governo havia indicado Valadares para presidir o conselho e que a escolha ?foi precedida de ampla consulta a praticamente todas as lideranças da Casa, incluindo da oposição, sendo bem acolhida por todos?.
O Conselho de Ética é composto de 15 membros e estava paralisado desde março. Na composição atual, a base do governo tem 10 cadeiras. A oposição conta com cinco.