O futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, admitiu ter usado verba da Câmara para voar pelo país em atos de campanha do presidente eleito Jair Bolsonaro, conforme revelou a Folha de S.Paulo nesta segunda (31). Onyx disse que não cometeu qualquer irregularidade e que não tem que explicar nada.
“Eu não tenho que me defender de nada. Está tudo dentro, rigorosamente, dentro da legislação da Câmara dos Deputados. Enquanto congressista e deputado, eu tenho a prerrogativa e direito de andar no lugar do Brasil que eu quiser e eu estava ajudando a construir o que, hoje, nós estamos vivendo: a transição de um novo futuro para o nosso país”, alegou em entrevista ao programa Timeline, da Rádio Gaúcha.
A explicação do deputado gaúcho de que pode usar o recurso como bem quiser colide com o ato da Mesa Diretora que regula o uso da cota para o exercício da atividade parlamentar (Ceap), o chamado cotão. A norma proíbe o uso do benefício para fins eleitorais e permite que a verba seja “destinada a custear gastos exclusivamente vinculados ao exercício da atividade parlamentar”.
Onyx disse que a reportagem faz parte de uma tentativa de desestabilizar o novo governo. “Bem-vindos ao terceiro turno. Mas a gente não se assusta, porque sabemos que estamos com a verdade. Eu tenho tranquilidade absoluta”, declarou.
Entre as viagens do deputado gaúcho custeadas pela Câmara, estão sua ida ao Rio de Janeiro para acompanhar a oficialização da candidatura de Bolsonaro e o deslocamento do deputado gaúcho de Juiz de Fora (MG) para São Paulo no dia do atentado ao então presidenciável.
Segundo a Folha, há no sistema da Câmara informação de reembolso para Onyx de mais de 70 bilhetes cuja origem ou destino são aeroportos do Rio e São Paulo, somando R$ 100 mil. O deputado do DEM integra o grupo de parlamentares que coordenou a pré-campanha e a campanha de Bolsonaro. Ele também chefiou a equipe de transição.